Sou como sou. Uma constatação tão óbvia, como desnecessária, dirão muitos. Afinal, sem excepção, todos são como são… mas será mesmo assim?
António Aleixo escreveu um dia:
Não sou esperto nem bruto,
Nem bem nem mal educado,
Sou simplesmente o produto
Do meio onde fui criado.
Só que isto foi noutros tempos. Na altura as pessoas eram, essencialmente, aquilo que faziam delas. Quem tinha o conhecimento, barrava o acesso à informação para liderar, para controlar. Pensar pela própria cabeça era perigoso, ameaçador para os poderes instituídos. É aqui que entra o sou como sou, a que a quadra citada faz referência. Era-se portanto, aquilo que se era permitido ser. E o sou como sou, não seria mais que um... sou o que de mim fizeram.
Hoje não! Hoje, quase todos, a maioria, somos o que de nós fazemos! Claro que, também para a maioria de nós, com a ajuda das pessoas das nossas vidas, pais, irmãos, tios, professores, todo um sei lá de gente que nos foi transmitindo valores. Contudo, compete a cada um, foi-nos permitido e eu diria mesmo ensinado, cultivar em nós tudo o que nos chega. Dois irmãos, educados pelos mesmas pessoas e não importa quem, irão reagir de modo diferente perante a mesma situação, apesar de todas as semelhanças que os unem. É a prova de que os mesmos valores transmitidos, foram cultivados por cada um de forma diferente. Estes irmãos, reagindo de forma distinta perante a mesma situação, estarão a actuar em função da pessoa que cada um fez de si.
Ainda que um eu como produto de terceiros (o tal eu do António Aleixo), me desresponsabilize e não me tire o sono por algumas decisões erradas, atitudes desenquadradas, etc, o eu que tive (tenho) oportunidade de me fazer, encontra-se precisamente no lado oposto. Isto significa que me posso sentir mal, sentir-me culpado com a consequência de algumas decisões, de algumas atitudes, mesmo quando tomadas, efectuadas, com a melhor das intenções! Não obtendo o resultado desejado para nós, sendo que a única pessoa a sair prejudicada por esse insucesso somos precisamente nós próprios, tudo o que colhemos será a frustração. Deveríamos por isso ser suficientes para apagar estas situações das nossas vidas (reter apenas a lição que lhe vem associada). Por exemplo, quantas coisas fazemos ou fizemos por amor que não surtiram resultado? Ainda que não nos arrependamos delas, não seria fantástico se um simples delete informático as pudesse apagar da nossa lembrança?
Estarei, por ventura, a constatar o demasiado óbvio, peço perdão se assim é. Mas se por acaso alguém tem a chave, por favor contacte…
Não sou esperto nem bruto,
Nem bem nem mal educado,
Sou simplesmente o produto
Do meio onde fui criado.
Só que isto foi noutros tempos. Na altura as pessoas eram, essencialmente, aquilo que faziam delas. Quem tinha o conhecimento, barrava o acesso à informação para liderar, para controlar. Pensar pela própria cabeça era perigoso, ameaçador para os poderes instituídos. É aqui que entra o sou como sou, a que a quadra citada faz referência. Era-se portanto, aquilo que se era permitido ser. E o sou como sou, não seria mais que um... sou o que de mim fizeram.
Hoje não! Hoje, quase todos, a maioria, somos o que de nós fazemos! Claro que, também para a maioria de nós, com a ajuda das pessoas das nossas vidas, pais, irmãos, tios, professores, todo um sei lá de gente que nos foi transmitindo valores. Contudo, compete a cada um, foi-nos permitido e eu diria mesmo ensinado, cultivar em nós tudo o que nos chega. Dois irmãos, educados pelos mesmas pessoas e não importa quem, irão reagir de modo diferente perante a mesma situação, apesar de todas as semelhanças que os unem. É a prova de que os mesmos valores transmitidos, foram cultivados por cada um de forma diferente. Estes irmãos, reagindo de forma distinta perante a mesma situação, estarão a actuar em função da pessoa que cada um fez de si.
Ainda que um eu como produto de terceiros (o tal eu do António Aleixo), me desresponsabilize e não me tire o sono por algumas decisões erradas, atitudes desenquadradas, etc, o eu que tive (tenho) oportunidade de me fazer, encontra-se precisamente no lado oposto. Isto significa que me posso sentir mal, sentir-me culpado com a consequência de algumas decisões, de algumas atitudes, mesmo quando tomadas, efectuadas, com a melhor das intenções! Não obtendo o resultado desejado para nós, sendo que a única pessoa a sair prejudicada por esse insucesso somos precisamente nós próprios, tudo o que colhemos será a frustração. Deveríamos por isso ser suficientes para apagar estas situações das nossas vidas (reter apenas a lição que lhe vem associada). Por exemplo, quantas coisas fazemos ou fizemos por amor que não surtiram resultado? Ainda que não nos arrependamos delas, não seria fantástico se um simples delete informático as pudesse apagar da nossa lembrança?
Estarei, por ventura, a constatar o demasiado óbvio, peço perdão se assim é. Mas se por acaso alguém tem a chave, por favor contacte…
, precisa-se…
"Ainda que não nos arrependamos delas." Fartam-se de me dizer arrepende-te apenas do que não fazes e não do que fazes, mas isto não é assim tão verdade.
ResponderEliminarQuando descobrires onde fica o tal delete, avisa, está bem?
Precisa-se...
Beijinhos
Compreendo-te bem, Nirvana!
ResponderEliminarMas enquanto que…
Não tentar depende de cada um de nós,
Tentar e não ser bem sucedido, pode não ser assim.
É a tal questão… não tentar, é não saber o resultado. É que o "não" garantido pela ausência da tentativa, não chega a ser resultado. Será apenas o que já existia, será portanto um arrependimento mais penoso, quando nos saltar à lembrança (e quando não se tenta, esta lembrança não nos larga):
- Se eu tivesse tentado, talvez tivesse conseguido…
Quando tentamos sem sucesso, penso que a paz é maior do que se não tivessemos tentado... Cumprimos com a percentagem que nos competia e, como em (quase) tudo… quando um não quer, dois não fazem!
Por isso concordo com o conselho que te é dado. Arrepende-te só do que não fazes, por que ao não fazê-lo, podes ser tu a hipotecar o sucesso de algo. Agora, nunca te arrependas de teres feito, quando o fazes pensado, reflectido, com as melhores intenções. Que culpa te poderá assombrar, quando outro alguém não "entrou" com a percentagem que lhe competia?...
(O "Reset", o "Delete", seriam, um ou outro, justamente para as tentativas que não surtiram sucesso (desejado). Não nos devemos, nem podemos, arrepender de algo cujo sucesso JÁ não depende só de nós…
São perspectivas, Nirvana, apenas. Terás a tua que, acredita, respeito muito!
Um beijinho.
Um P.S. Nirvana, ainda sobre "arrependimento, que li "algures";
ResponderEliminar"... Faz aquilo em que acreditas e acredita naquilo que fazes. Tudo o resto é perda de energia e de tempo. Somos o que somos por aquilo em que acreditamos."
Um beijinho ;)