domingo, dezembro 26, 2010

O Pai, Na tal noite

Se o tempo, o do relógio, nos rouba a infância, devolve-no-la também, passado mais algum tempo, quando nos traz as rugas.


Uma mesa que reúna para uma refeição os meus pais e os meus irmãos será sempre o meu Natal. Por isso (ainda) sou dos que tem a felicidade de o viver algumas vezes por ano.

Era um pai forte que eu via quando olhava para o meu, em menino. Um pai que a vida se encarregou de endurecer, para que a minha e a dos meus irmãos fosse o mais suave possível, enquanto indefesos. Hoje reparo, com orgulho, que apesar de manter a racionalidade, o meu pai destrancou no seu coração aquele compartimento onde foi depositando e mantendo guardado o sentimentalismo. Nos Natais de hoje já recorda, de lágrima assumida e sem receio que a voz o traia, os tempos em que teve de intervir junto, primeiro de um depois de outro, dos patrões dos irmãos, para que os seus futuros profissionais não se hipotecassem. Fez nessa altura de pai deles, um mais novo catorze anos, o outro dezasseis, sob o olhar atento do meu avô que, ao fazer o papel de seu pai, o deixou ser pai dos irmãos, ensinando-o e preparando-o assim para um dia saber ser (meu) pai.

Se pelos filhos teve de se fazer duro, hoje os filhos são pais. E ele é da idade dos netos.



Agora já pode ser menino outra vez. As rugas permitem.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Verbo amar, no futuro mais-que-perfeito

Participação no desafio de Setembro - Tema Livre - da Fábrica de Letras.


Que ingénuo, em querer-te nos meus dias!
Se és mais, tanto mais do que sonhei…
Como podias ter gostado do tão pouco que serei?
Não, querida… não podias…

Ainda assim, não te será indiferente
Que encerre no que escrevo, enquanto duro,
A tua ausência no meu passado, no meu futuro,
E que te viva intensamente no presente.

Como posso chorar o teu riso,
Se é a felicidade que o coloca na tua face?
Antes chorar, a vida inteira, eu me ficasse,
Se eternizasse, com isso, o teu sorriso.

Eu sei, minha doce, nada disto tu pediste,
Mas ao leres aqui a minha voz,
Acalmas-te com um tu fora de um nós…
Um nós falso, que só em mim existe.

Agora adeus, eterno amor, que o amor me chama.
É por amar-te que eu me vou embora,
Será amar ao saber-se quando é a hora,
De entregar quem amamos, se não nos ama!

sábado, julho 03, 2010

O bem dos outros

Com o mal posso eu bem. E com o bem? … Constato que com o bem, o dos outros, quase sempre se pode (só) mal.

Se a imitação, dizem, é um elogio, então imitem. Imitem o que qualquer pessoa possa ter de positivo, se vos acrescenta algo, se vos enriquece, até que o façam por vós próprios. Até que isso seja parte do que são sem já terem que imitar, mas não se rendam a uma inveja de personalidade estéril, que vos tornará numa pessoa que, provavelmente, nem são. Dêem o melhor de vós, nem que isso seja dar mau, mas dêem. Apazigúem-se com isso. Cada dia é mais uma oportunidade, "amanhã ser(ei)á melhor".

É difícil ser-se bom de coração. Causa desconfianças, imediatamente. "Tens boas intenções, então és falso, ponto."

"Como me defendo de alguém que avalio ser melhor que eu?! Ela/e é o bom, então onde é que eu fico? … Vai roubar-me a ribalta..."

Não há um melhor que todos, pelo menos não de forma permanente.



Quanto a mim, é-me suficiente tentar ser melhor e bom a cada passar de tempo. Não faço esforço em tentar estar de bem com as pessoas, porque só conheço essa maneira de estar na vida. E não, não alinharei em guerras que queiram comprar, em confrontos de personalidade. Isso tornaria, aos meus olhos, mais pequenas essas pessoas. Desiludido já não, mas triste sim. Sinto-me triste com algumas atitudes, com algumas conclusões que tiram, quando o passado está repleto de exemplos que permitem concluir o inverso.


Sinto-me triste, por as vias cerebrais onde passeia a inteligência de algumas pessoas, serem afinal becos sem saída.


Se as pessoas são mesmo do tamanho do que vêm e não do tamanho da sua altura, percebo porque anda por aí gente que eu não vejo.

segunda-feira, maio 10, 2010

SÁBADO, MAIO 09, 2009

Tenho permitido que me falte o tempo. Isso leva-me a estar em falta para comigo e para contigo. Tenho sentido a tua falta e chego a sentir que tenho vindo a portar-me como um verdadeiro egoísta… No fundo, foste também tu que me precipitaste para este ritmo, demasiadamente acelerado, que parece querer ver-nos longe um do outro. Sei no entanto o que sentes, o que pensas, que sabes que é temporário. Sei que estarás sempre aqui para mim. Trouxeste outras vidas que me foram e são tão importantes, e não consigo traduzir em palavras o bem que me acrescentaste aos dias.


Parabéns pelo teu 1º aniversário, e até ao meu regresso com mais frequência, vai perdoando como puderes as minhas ausências...

 i blog you, please!

quinta-feira, março 04, 2010

Schhhh... Cala um pouco mais baixo!

Este texto já tinha sido publicado aqui. Esta nova publicação enquadra-se no desafio "Silêncio", da Fábrica de Letras.


Já muito se registou sobre silêncio. Também já o fiz. Sou testemunha das maravilhas que encerra, porque o escolho muitas vezes para companhia.

Mas há outros. Há outros silêncios… Há silêncios que são verdadeiras torturas. Aqueles que não são escolha. Que nos são oferecidos sem que lhe saibamos o porquê. Que nos magoam mais, incomensuravelmente mais do que aqueles que, descarada e insensivelmente, nos confrontam com as respostas que nunca queríamos que chegassem. Mas estes, pelo menos, trazem respostas. E se a dor que algumas dessas respostas trazem é inevitável, já o sofrimento se transforma em algo opcional.

Não considero o silêncio, nenhum género de silêncio, a arma dos fracos. Acomodamo-nos a tantas situações por ser tão mais fácil permanecer, no que se conhece, em função de rumar a um desconhecido, que à partida já tem rótulo de dor. Acredito que muitas vozes se calam, em sofrimento, para que as suas palavras não magoem. Assim sofre só um, o que cala. Errado. Sofrem as mesmas pessoas envolvidas. Muda apenas o modo. E este silêncio, o não escolhido, muitas vezes não nos permite ouvir o que o outro, o escolhido, tem para nos dizer. Pode assistir-nos toda a razão para optar pelo silêncio – inquestionável. Porém, deveríamos remeter-nos a ele somente após apresentarmos os nossos motivos. Ainda que não os queiramos discutir. Apresentá-los, simplesmente.

Já o disse aqui, e não só, que sou um respeitador nato. Como tal, serei capaz de respeitar todo o silêncio que me queiram dirigir. Mesmo que injusto. Já lá vai o tempo em que me preocupava em me justificar e tentar apresentar os meus motivos, sem que mos quisessem ouvir, quando me deparava com alguma atitude injusta para comigo. Agora não. Quem gostar de mim, o mínimo que seja, há-de confrontar-me antes de me julgar e de me condenar seja ao que for. Nem que seja ao jejum das suas palavras.



É incomparavelmente mais doloroso um silêncio não justificado, do que mil palavras ofensivas e injustas!



Se este silêncio se deve ao facto de eu te ter magoado, ainda que sem consciência disso, apresento aqui as minhas desculpas, onde me podes ler por opção. Onde não tenho de invadir o teu mundo.

Antes de virar esta página, quero que recordes que se a vingança nos torna iguais, o perdão faz de nós superiores.

Se é que tenho algum poder no campo do perdão, que se dane a superioridade... O teu silêncio está perdoado.

sábado, fevereiro 20, 2010

Pensamento preso

Aguarda-me (sempre) uma conclusão lógica. Por ser minha. A única coisa verdadeiramente minha.
Porque não me posso soltar de tudo o que me influi, posso ao menos concluir que, se assim não fôr, a nenhum de vós, que me influencíam, assiste pingo de razão.
Neguem o que sou, negarão o que defendem...

Não precisam concordar, lógico!

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

i blog you, please - By Soraia Silva















"É esta a ideia que tenho sobre ti e o teu espaço (sim porque o nosso espaço, é o nosso reflexo, à qual não precisamos de conhecer a pessoa, pois o espaço já diz muito)... A tua escrita é de quem aprecia o silencio, o sossego, para que cada palavra seja pensada ao pormenor, consoante vais escrevendo.
A sala praticamente vazia, foi só para simbolizar a tranquilidade."
Soraia Silva


E que ideia linda tem ela sobre mim! Sobre este espaço!
Soraia é uma das primeiras seguidoras deste blogue. Conhece bem a casa.
Ela é uma artista na montagem de imagens, como se constata neste seu trabalho.
Pediu que a desafiássemos. Eu, aqui, desafiei-a! Devo dizer que não poderia ter gostado mais do resultado!
Aquele que se não vê, na imagem, sou eu. Com aquela luz, aquele barulho. Com vocês bem ali, à minha frente, onde me dou em palavras!


Obrigado Soraia, pelo modo lindo como me lês!

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Choram letras

Poetisa e Senhora, uma escritora não morre.
Como pode morrer alguém que se lê? – Só porque se não vê?!
Essa é boa! Não me digam que também morreu o Fernando Pessoa?!
Não, não acredito. Têm tanta coisa escrito, que irão viver ainda muito.

As palavras não morrem… Vivem dos olhos que as comem.

Por isso não lhe choremos a morte, mas a triste sorte das letras
Que ela não irá juntar!
Fica a minha vénia, ó Rosa, nem sei se em poesia ou prosa,
mas isso também não interessa. Porque não me sai da cabeça, mas do peito.
E sei que não tenho o teu jeito, nem pretendo ser-te igual.
Nem todos os portugueses são do tamanho de Portugal.

Nasceste para não morrer, porque ler-te é o prazer que sentias,
Quando escrevias.



Rosa Lobato Faria 1932 – 2010

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Ténue Linha do Amor

Desafio "Velhice" - Fábrica de Letras

Encontrei um coração, estava a chorar.
Perdera o amor que acabara de achar.
Levantei-o do chão, tremiam-lhe as pernas,
Suas lágrimas, lindas, pareciam eternas!
"Este meu desencontro, chorarei toda a vida",
Disse, soluçando, falando da ferida.
Imaginei-lhe um vazio tão cheio de tudo,
Queria ajudá-lo, falar-lhe, sentia-me mudo...
Foi então que me disse que não estava triste,
Tinha descoberto apenas que o amor existe!
E falou devagar para eu perceber:
"Prometo amá-la enquanto viver!"
Os anos passaram sem pedir licença,
E eu ali estava, na sua presença.
No leito da morte tinha-me chamado.
Contive as lágrimas ao vê-lo deitado.
Esboçou um sorriso, ao ver-me chegar,
Sorri-lhe de volta mas queria chorar...
E a custo falou (era quase inaudível)
Mas fazia o esforço que lhe era possível:
"Prometi amá-la enquanto vivesse,
Nem que outra mulher meu amor quisesse!
Agora é a hora de eu te dizer,
Prometo amá-la depois de morrer!"
Caíram-me lágrimas, e só sabe Deus...
Eram as mesmas que caíam dos seus!
Então percebi, quando ele morreu,
Quem estava deitado, morto... era Eu!

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Desafio


                                                                                                                                                              A Nirvana e a Soraia desafiaram-me. Obrigado "meninas". Vamos lá então!


Questão 1: Tens medo de quê?
- Da solidão não escolhida.

Questão 2: Tens algum guilty pleasure?
- Canetas, esferográficas! Tenho de evitar as montras. É quase doentio...

Questão 3: Farias alguma loucura por Amor/Amizade?
- Outra vez?! - Claro que faria. Mas seria a minha loucura a mesma que a vossa...?

Questão 4: Qual o teu maior sonho? (responder paz/amor/amizade é "trapacear")
- A casa paga em "tempo de vida útil". As prestações à habitação, são umas das maiores explorações da nossa sociedade. Ainda assim, são o mal necessário nº1!

Questão 5: Nos momentos de tristeza/abatimento, isolas-te ou preferes colo?
- Isolo-me. Inevitável. A busca do colo acaba por acontecer, mas a seu tempo. O que não quer dizer que não prefira o colo, mas antes dele, tenho de estar comigo.

Questão 6: Entre uma pessoa extrovertida e uma introvertida, qual seria a escolha abstracta?
- Abstracta não sei, mas escolheria a extrovertida porque quase sempre estas têm os seus momentos introvertidos, enquanto que o contrário muito mais dificilmente acontece.

Questão 7: Sentes-te bem na vida, ou há insatisfação além do desejável?
- Não, felizmente não há insatisfação além do desejável. Vai havendo aquela q b que também serve de motivação...


Questão 8: Consideras-te mais crítico ou ponderado? Sabendo, contudo, que existem críticas ponderadas.
- Mais crítico. Mas silencioso. A crítica que sou levado a fazer serve-me muitas vezes de lição, então "calo-a". Se ao menos ela fosse entendida...

Questão 9: Julgas-te impulsivo, de fazer filmes, paciente...? Define-te, de uma forma geral.
- Paciente. Quando é demais ou começa para mim a ser demais, retiro-me. Facilmente a minha felicidade é a de quem me rodeia. Porém, perante incompatibilidades, prefiro e opto por recolher, em função de abdicarem de algo por mim. Se assim não fôr, pode mesmo ir-se parte da minha paz.

Questão 10: Consegues desejar mal a alguém e, normalmente, concretizar? Sê sincero.
- "Sê sincero"... Só sei assim, não é preciso pedir...
Não, não desejo mal.

Questão 11: Contens-te publicamente em manifestações de afecto (abraçar, beijar, rir alto...)?
- Não. Cometo até a imprudência de me esquecer onde estou sempre que tenho vontade de abraçar, beijar, whatever.

Questão 12. Qual o teu lado mais acentuado? Orgulho ou teimosia?
- Difícil um orgulhoso não ser teimoso... Mas não sendo assiiiiiiiim tão teimoso quanto isso, talvez o lado orgulhoso seja ligeiramente mais acentuado.

Questão 13: Casamentos homosexuais e direito à adopção?
- Nada contra a felicidade.


Questão 14: O que te faz continuar o blogue?
O mesmo que me fez criá-lo; a paixão pela escrita e pela leitura.


Questão 15: O número de visitas e comentários influencía o teu blogue?
- Sem dúvida. Tendo em conta as relações que se estabelecem. Há "cantinhos" dos quais aguardo novidades com alguma expectativa, todavia, isso não me limita ou precipita em acções no blogue.

Questão 16: Na tua blogosfera pessoal e ideal, como seria?
- Não seria blogosfera, essa. Seria uma outra coisa qualquer... Como tal, "em equipa que vence não se mexe"!

Questão 17: Deviam haver encontros de bloguistas? Caso sim, em que moldes? Caso não, porquê?
- E já não há?! Há que eu sei. Já li por aí sobre Blind Dates que afinal não o foram... Como sugeriu a Nirvana, um encontro "mascarado" nos moldes de um baile, almoço ou jantar, principalmente se o encontro visasse juntar bloguistas que pretendessem manter o anonimato. Mas haverá formas de juntar bloguistas de forma anónima, sem que se tenha de envergar máscara. Por outro lado, esta interacção entre "desconhecidos", assim sem encontros pessoais, também tem uma magia bastante interessante!

Questão 18: Sabes brincar contigo e rir com quem brinca contigo? Sem ironias.
- Não sei ser de outra forma!

Questão 19: Quais são os teus maiores defeitos?
- Pensar que não tenho defeitos maiores. Se fosse capaz de os identificar, já não os teria...

Questão 20: Em que aspectos te elogiam e /ou achas ter potencialidades e mesmo orgulho nisso?
- Na incontornável boa disposição. Houve já amigos que me sugeriram participar em castings de stand up. Também já houve quem me dissesse que depois de "ouvir" profiro a palavra certa. Quero acreditar que é verdade, para bem de quem a ouve...

Questão 21: Entre uma televisão, um computador e um telemóvel, qual escolherias?
- O computador. Através dele teria praticamente os outros dois disponíveis.

Questão 22: Elogias ou guardas para ti?
- Elogio.

Questão 23: Tens humildade suficiente para te desculpar, sem ser indirectamente?
- Tenho. Não me custa minimamente pedir desculpa quando procedo mal.

Questão 24: Consideras-te, de grosso modo, uma pessoa sensível ou pragmática?
- Só uma pessoa sensível sabe quando tem de ser pragmática. Sou ambos.

Questão 25: Perdoas com facilidade?
- Quando constato o pedido sincero, franco. Aquele que reparo sair só das cordas vocais, nem pedido chego a considerar.

Questão 26: Qual o teu maior pesadelo ou o que mais te preocupa?
- O sofrimento dos que amo. E uma morte que me chegue lenta e dolorosa. Por mim e pela dor dos que me possam amar.



É parte integrante deste prémio, a visita aos seguintes blogues:

http://emcadadespedida.blogspot.com/

http://contrapobreza.blogspot.com/

http://meumundomeuarcoiris.blogspot.com/



Finalmente passar este desafio a dez blogues. Ora então:

Laranja no Preto

Na vassoura da bruxa

Diário da tua ausência

BOUTIQUE DOS SONHOS

Sabor Adocicado*

Something Special

The girl with purple tights

minutos na noite

O efeito do Mar

As minhas pequenas coisas


Divirtam-se!

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Hai(de)ti

Há milhares em desgraça
E na praça, que se tornou o exterior do Haiti,
Falam lágrimas e cala-se o sorriso. Esse bem que é preciso buscar.

Que Sol és tu, tão superior, que permites esconder teu fulgor, pela nuvem negra ,
que te devia ser inferior?
Inspiro agora o pó, que foi prédio.
Onde o meu trabalho era um tédio, feliz.
O que é que eu fiz…? Amaldiçoei o meu dia…
Chamava tristeza à alegria,
Mas não temia o vazio, no prato.
E que horrível retrato é este? – Ele não come, não dá para todos, e tu, ainda anteontem comeste, controla bem essa mágoa. E olha que também não há água, controla lá essa sede.

Maldita teia gigante, que nos prende nesta rede…

Onde todos somos um Ai…
De mim, ai de ti, que será de nós…?

O Mal, em Dó Menor

Chega-me como música, grande parte da inimputabilidade que se "discute" por aí.

É do conhecimento publico que os advogados só representam inocentes. Quando estão do lado da acusação, está visto que sim porque… Aquando do outro lado, pois então? – Alguém defende um culpado?!

Até porque todos estão inocentes, enquanto não se provar o contrário. Que bem o diga Nicolas Bento, muito recentemente, que teve uma acusação convicta, e uma ainda mais convicta equipa de "advogados" de defesa, a sua familia pois então?! Só que nenhum membro dela fazia parte da… "Ordem", mas o dinheiro compra tudo, mais do que a mentira, há ainda casos, felizmente, em que também compra a verdade. E depois de uns €uros sacrificadamente reunidos (uma das irmãs do Nicolas chegou a trabalhar 15 horas por dia para juntar dinheiro para a defesa do irmão!), lá houve um famoso inglês da dita "Ordem" que disse que sim. Primeiro aos €uros, depois à inocencia de Bento!

E os maluquinhos, esses coitados, que só lhes dá para fazer o bem? Que sabem distinguir primorosamente o que é dor do que é prazer, a fome e a sede? Canso-me de os ver por aí, numa ajuda incansável aos Séniores, mandando parar carros para que estes possam atravessar a rua. Indo entregar nos balcões de informação dos nossos Centros Comerciais, aquelas crianças que se perdem dos pais. Auxiliando os invisuais da nossa praça, naquela barreira mais complicada. Impedindo o assalto “X”, de que estava a ser vitima uma tal jovem.
Depois aparecem uns inconscientes desmedidos que querem empurrar esta nobre maluquice para as prisões deste país. São eles os familiares destes Séniores, os também familiares das tais criancinhas que se perdem, ainda os dos invisuais auxiliados, e os pais da jovem! Em alguns casos, o próprio Ministério Público chega a colocar a mão, mas este último, é sabido também, tem pouca influência e (praticamente) nenhum peso nas sentenças.
O que me descansa, é que aparece sempre alguém da "Ordem" (deve ser de uma outra ordem), que consegue provar que estes maluquinhos não sabem o que fazem, que fazem o Bem inconscientemente, não podendo ser levados a sério por isso. Como tal, um simples internamento será pena justa, para outra pena, muita pena de alguém.

Mas acho muito bem que assim seja. Que se reservem as prisões para os que andam por aí a matar os próprios pais, cortando-lhes a cabeça. Para os que andam de faca no carro com que depois assassinam a namorada. Ou de saco plástico em riste, que isto do oxigénio qualquer dia não dá para todos!

Eu já garanti a minha inimputabilidade, para quando me chegar a hora do Juízo! Há uns meses que tomo medicação.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

em BELEZA me

Desafio "Beleza" - Fábrica de Letras

A beleza,
Poderá estar nos teus olhos, nos teus ouvidos.
Na tua língua e pele.
No teu naríz.

Sentes este odor? – aromaamora, romaamor?
E o meu toque, arrepia? – a tua língua, o que diria, se me saboreasse o beijo?
E a minha voz, encanta? – sentes um nó na garganta? (e o teu olhar, é de desejo?)

Belo,
 É sermos mais que existirmos.
É a perfeição do ente.
É sentirem o que sentirmos,
É sentir de alguém o que nos sente.




sexta-feira, janeiro 01, 2010

Unidade de medida

Sorriso - Distância mais curta entre duas pessoas.

O meu não mudou. Não pode. Nenhum sorriso muda para melhor.

Mas encurtei-lhe o quando! Porque o de um puxa o de outro, e o de cada um atrai o seu próprio.

Numa realidade onde um acto nosso é uma falha para alguém, cedamos, sorrindo. Partilhemos a razão, não abdicando dela, no todo que nunca é, mas na quota parte em que ela não nos assiste. Não queiramos para cada um o que sempre será de todos. Saibamos dividir o que mais custa partilhar. Ninguém necessitará reclamar parte de uma coisa, se também ninguém a assumir apenas sua!

Um sorriso, jamais obedece a uma ordem. Porém, a ordem brotará de um sorriso!