quarta-feira, junho 03, 2009

O Ser, por Excelência!


Podemos dizer muitas coisas sobre Mãe. Já muitas foram ditas. Muitas estão ainda por dizer, felizmente. Nunca, em tempo algum, tudo o que foi, é, ou será dito, sobre Mãe, vai estar à altura deste Ser. Nunca houve, há ou haverá palavras que se consigam organizar para descrever em pleno esta maravilha, impar, da natureza, que é a Mãe. É o respeito, a vénia, a que até as palavras se prestam, por tudo o que este símbolo representa.
Mãe, não se diz, Mãe, não se escreve. Nenhum hino lhe faz honra, a merecida e devida honra. Todo e qualquer elogio, não seria mais do que reduzir o seu real valor.
Não tenho a pretensão de definir o que a minha mãe significa para mim. Jamais. Isso, é coisa que o meu silêncio, ainda que de forma infinitamente deficiente/insuficiente, se encarrega de tentar fazer.
Tenho, no entanto, uma imagem sua que me acompanha todo e a cada dia. E ainda que as linhas que aqui vou deixar, representem o meu pensamento, não a considerem como uma descrição. Pois como sabem, o nosso pensamento está em constante actualização de ideias e sentimentos, e o meu amor por si, em permanente crescimento. Por isso considero que… Mãe, não se diz, Mãe, não se escreve. Dizem-se e escrevem-se apenas pensamentos, (nunca sentimentos) sobre Mãe.
Sou responsável por ter feito com que a Sr.ª C. não vivesse a sua vida! Sou responsável pelos sonos que não gozou! Pelos filmes no cinema que não viu! Pelos passeios, viagens, ferias, que não deu, fez e teve! Sou responsável por muitas das suas lágrimas e pelo parco número dos seus sorrisos!
Limpou-me na dor, as lágrimas com os seus beijos. Anestesiou-me na aflição, o sofrimento com o seu abraço. Mas a minha lágrima, afinal, foi chorada, tantas vezes si! E o sorriso, quando me faltou, deu-me o seu sem nunca o reclamar de volta!
Os seus cabelos brancos, hoje, são o fruto que colheu de toda uma vida devotada aos seus filhos. Da ausência da sua própria vida, para que três outras vidas possam finalmente ser… a sua Vida!

- Na saudade, Mãe, tu és a lembrança que gosto e trago sempre comigo! Só assim te sinto sempre, outra e outra e outra vez perto de mim! E por que tu és Amor, agradeço-te por tudo da única forma que sei… em silêncio, Amo-te MÃE!

4 comentários:

  1. Com sinceridade, que não sei de outra maneira (e foste tu que perguntaste).

    Aqui posso dizer-to. Pelo que já sabes, a minha primeira abordagem a este texto foi com um "filho da mãe" na ideia.

    Agora (sem esses falsos atavios) reconheço que o texto é de um filho de uma verdadeira mãe.

    Felizes os que a temos/tivemos, pelo que me leste, considero-nos muito felizardos. O teu texto cheio de sentimento é uma homenagem das mais lindas que já pude ler. Consegue-se apreender uma grande emoção desse momento, são palavras que não saem com facilidade, porque não as usamos dessa forma intensa todos os dias.

    Como pai que sou, no entanto, adianto-te que se filho meu tivesse o arrojo de se adiantar com o que escreveste no 4º parágrafo me sentiria no dever de lhe mostrar que a minha vida sem ele não faria sentido, embora lhe lesse a homenagem cheia de sentimento, iria tentar que ele compreendesse que melhor que ser filho de quem nos ama, é ser pai de alguém que podemos amar.

    É um texto muito pessoal Gemini. Melhor entendido por quem tem de facto "uma mãe".

    Para ser justo teria que te explicar coisas em termos comparativos. Insuficientes ao ponto de me julgares, sem meios. Teria que te dizer que o amor que uma mãe nos tem, ainda que cego e infinito, pode ter mesmo assim estranhas formas de se manifestar, tortuosas por vezes...

    O que sentes pela tua mãe, que admiro pelo poder do sentimento profundo, que descreves com mestria, é incomparável. Principalmente porque é teu. Ninguém o poderá avaliar como tu.

    Mas quando fores pai, compreenderás que desse lado há um manancial ilimitado de afectos que suplantam o que sentimos pelos nossos próprios pais. Essa é a nossa verdadeira natureza. Pelo meu ponto de vista, errado estaria se assim não fosse.

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  2. À medida que vou lendo, o que for, observo-lhe, em primeiro ponto, a sinceridade com que terá sido registado. A TUDO. Corri o risco, ainda que inconscientemente, de penhorar esta nossa aproximação, não só pelo "tal" registo no "tal" post, mas sobretudo ao revelar o seu autor. Não consigo deixar de me expressar com sinceridade, e há preços a pagar por tal.

    (devo confessar que antes, só não te tinha comentado, por que soube ler a tua resposta ao meu comentário. Não foi isso, no entanto, que fez de mim Gemini…)


    4º Paragrafo… eu 'falo' numa perspectiva concreta. Concordo, que se note bem, com a tua opinião. As lágrimas de uma mãe por um filho, poderão ser o seu melhor sorriso. O sono que não tem, por ele, poderá ser o seu melhor descanso. Entendes o que pretendo relevar. Será a "mãe", tal como tu enquanto pai, que lhe farão a leitura devida.

    Será, talvez, o próprio amor que sentimos pela "mãe/pai", que nos permitirá suplantá-lo, quando na vida nos chegam os filhos.

    Considero que não se agradece a sinceridade. Ela será sempre o mínimo que poderemos 'exigir' a alguém. Por isto é, que não te agradeço as palavras, mas que as terei num registo superior.

    (assumi, consciente, o risco de não ser 'perdoado' pela Nirvana. Só que, CybeRider, quando se trata de pessoas INTELIGENTES…)

    Até já.

    ResponderEliminar
  3. E hoje ando aqui a navegar no teu blog... A tentar continuar a acreditar que este mundo ainda tem solução, ao ler textos com alma.
    E quando estamos assim, um pouquinho em baixo, a lágrima salta fácil. Este teu texto teve esse efeito. Sou filha e sou mãe. Olho para a minha mãe e imagino-me quando tinha a idade do meu filho... quantos sonhos ela teria para mim, quantas lágrimas me limpou (e continua a limpar), quantas vezes a sua força foi a minha força.
    Olho para o meu filho e penso se algum dia ele irá sentir o que eu sinto pela minha mãe. Se algum dia ele falará de mim como falas aqui.
    Olho para mim e penso se conseguirei ser metade do que a minha mãe foi..Se conseguirei estar sempre à altura de ser mãe de alguém tão especial como ele.

    E, Gemini, nós não pensamos em quantas lágrimas limpamos aos nossos filhos. Eu penso em quantas lágrimas poderei evitar que ele chore.

    Lindo, o teu sentimento pela tua mãe.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  4. (Fico com a sensação que terás começado este teu comentário, Nirvana, depois de leres o meu parentêse anterior...)


    E naquele "hoje", navegaste no meu blog… E a tua visita é das que mais me alegra! Tu que tens o primeiro blog que comecei a acompanhar! (O segundo foi o do CybeRider, (por comentários que li dele em textos teus) onde te li (também) a frase "Acredito ainda que este mundo tem solução.")

    É impossível, Nirvana, que uma pessoa que tem "dentro de si" uma "Nirvana", não seja alguém especial. Há uns anos não a tinhas, isso não te reduz a essência, mas hoje és por certo melhor. Todo esse juízo que fazes, de te comparares com a tua mãe, se algum dia serás metade do que a tua mãe foi, é-lhe já uma homenagem. Das mais nobres. Mas é mais. Muito mais. É a prova da mãe que és. Da mãe, melhor, que queres ser sempre. Não são os filhos o reflexo dos pais? – Pois bem, ele é especial, será então muito o teu reflexo! Já te vês nele! E isso é seres a mãe tão boa que a tua foi (é) para ti. Por que és tu quem o torna, a cada dia, no especial que ele é!

    Um dia, ele vai escrever-te um texto, falar de ti aos amigos, ao "seu amor"… ou apenas na maior parte do tempo, tal como eu tanto faço com a minha, Amar-te em silêncio.

    Um dia, mostra-lhe este teu comentário ao meu texto, ainda que ele não leia o meu texto. Nessa altura, (se duvidas tiveres?!!) saberás o quanto ele sente por ti, o que sentes pela tua mãe! Nessa altura, saberás o como ele fala de ti, como eu falo no texto.

    O melhor de tudo, porém, é quando confirmares que não precisarás de fazer isto!
    Entretanto, vai sendo a mãe que já és. A mãe para ele, que a tua foi para ti!


    (Uma honra cada visita tua, um orgulho cada comentário teu)

    Um beijinho.

    ResponderEliminar

A "ler" é que a gente se entende.