terça-feira, maio 19, 2009

A cor da mentira!



Acaso alguém conhece uma mentira, que não seja de engano? Acaso alguém conhece uma mentira, que não seja destinada a manipular, a tirar o melhor proveito duma situação, a deixar os outros enganados quanto à veracidade de determinados factos? Pois é… só existe um tipo de mentira, e todos sabemos como se chama, chama-se MENTIRA. Seja ela branca ou da cor que lhe queiramos dar. Desengane-se quem pensa que pode ‘poupar’ alguém, quando usa como argumento uma ‘não verdade’. Quando alguém mente a uma pessoa, este facto só tem um motivo que o justifica; essa pessoa parece não ser suficientemente importante para ela, não ser suficientemente importante na sua vida. Contudo, a primeira pessoa a ser enganada pela mentira, é precisamente quem mente. Mesmo que eu possa dizer que fiz algo, quando efectivamente não fiz, porque, por exemplo, fui acometido pela preguiça, estou a enganar-me. Como é lógico neste caso, a pessoa a quem eu estou a dizer que fiz algo, vai ficar a pensar que o fiz e eu, que disse que o fiz não o fazendo por que sei que o mais correcto seria tê-lo feito, só estou a enganar uma pessoa… eu próprio!
Ainda assim, a pior mentira, é a que nos chega de alguém por terceiros. Eu explico. Quando uma pessoa em conversa com outra, mente sobre uma terceira. A única coisa tão ou mais grave do que isto é, a pessoa que ouve, não dar uma oportunidade à pessoa vitima de injuria, de apresentar argumento em sua defesa. Há quem diga que a confiança é como a virgindade, só se perde uma vez. Mas só um tipo de pessoa não dá segunda oportunidade; a que não erra. E destas, não conheço nenhuma. Por exemplo, os macacos não erram precisamente por que errar é Humano. Das duas uma; ou anda por aí muito macaco que sabe ler e escrever, ou então anda por aí muito ser humano que não sabe o significado, o verdadeiro significado de AMIZADE, SINCERIDADE, DISPONIBILIDADE, LEALDADE. Só uma pessoa verdadeiramente mentirosa consegue subdividir a mentira em categorias. Estas pessoas, as que dão cores às mentiras, devem ter presente que, ao tratarem a confiança nas relações interpessoais como se fosse um sistema de créditos, estes se começam a perder com a mentira que elas dizem ser… branca!

Até breve.

sexta-feira, maio 15, 2009

Sou Infeliz, felizmente!



Cada dia é uma hipótese de uma outra vida, de uma nova vida. Como se o adormecer fosse o morrer e o acordar, a cada manhã, fosse o nascer, bem entendido. Mas já lá iremos.
Não se trata de questionar, o grau de felicidade com que vivemos. Há muitas pessoas que podem afirmar que são felizes. Que os seus dias, desde o acordar até ao adormecer, são recheados de momentos, que não causam qualquer motivo para desejar não ter acordado nessa manhã. E que as suas noites, são preenchidas, desde o encosto da cabeça na almofada até ao acordar, pelo relaxe total e sereno. E que neste período, são apenas visitadas pelo sonho e nunca pelo pesadelo. É uma forma, provavelmente a padrão, de felicidade, proporcionada por um conjunto de factores que não importa relevar. Importa sim sublinhar, que nada falta acrescentar nos dias e nas noites destas pessoas, pois estamos precisamente a falar de uma felicidade existente. Contudo, esta será apenas uma pequena fatia, retirada de um grande bolo. Acredito que, infelizmente, a maior quota deste bolo seja composta por pessoas, cujo primeiro pensamento, quando abrem os olhos, pura e simplesmente se traduz em algo como: - Oh não! Lá vem a mesma merda outra vez! – Ou talvez um: - F***-*e, a noite já passou?!! Quem dera não ter de me levantar, c*****o. Pois eu convido estas pessoas, que fazem parte desta fatia, a juntarem-se à terceira… uma fatia mais pequena do que esta segunda mas maior do que a primeira, alias, substancialmente maior, que vê no novo amanhecer um desafio. Ou seja, vê no novo dia, a possibilidade de uma vida, ainda que só ligeiramente, diferente da do dia anterior, e por isso, a possibilidade de nova vida, a cada dia que passa!
Como se consegue isto? Pois bem, através da introdução de pequenas coisas que lhe dão sentido. Coisas que até queremos fazer, sós ou acompanhados, há muito tempo e que temos vindo a adiar (e é este adiamento, para um tempo que nunca vai chegar, justamente por nunca chegar, que ainda nos torna os dias mais infelizes). Coisas que queremos dizer a alguém, e que não dizemos, prometendo a nós próprios que dizemos ‘amanhã’, sem a consciência de que isso nos vai pesar no sono e tornar o ‘amanhã’ mais ‘carregado’, esquecendo-nos que anteontem tínhamos prometido que dizíamos ontem, que ontem projectáramos dizer hoje, e que hoje assumimos, bom, já perceberam… uma outra questão é que, para essa pessoa, ou até para nós, o ‘amanhã’ pode já não vir… porque para todos nós, vai haver um ‘hoje’ que já não trará um ‘amanhã’…
São estes pequenos ‘nadas’, os particulares da vida, que mexem com todos os seus aspectos gerais. São estes vazios que temos de encontrar maneira de ir preenchendo. Vazios, minhas amigas, meus amigos, vão haver sempre! A grande sabedoria, está em aceitar a vida como ela se oferece!
Talvez a nossa felicidade, seja a sua própria busca… sou feliz na minha ‘infelicidade’, porque tenho vazios para ir preenchendo… e a cada vazio que preencho, outro vazio se apresenta para preencher… e creio que é por isso que vou sendo feliz… precisamente porque… "I still haven’t found what i’m looking for!"

Até breve.

domingo, maio 10, 2009

- Mama, nasci! Já tens namorado?!



O amor entre duas pessoas, e agora vou falar simplesmente de duas pessoas heterossexuais, perdoem-me o aparte os homossexuais e lésbicas, mas perceberão à frente do que falo, e estou certo que boa parte concordará comigo, sempre foi uma matéria muito relativa. É tão relativa que, é apenas conversável e não discutível. - E porquê? - Perguntam vocês. Bom, logo, por tudo o que encerra o conceito de ‘amar’. Somos na terra, mais cabeça menos cabeça, cerca de seis biliões de ‘cérebros’, ou melhor, de pessoas. Porque apesar do ‘cérebro’ ser uma coisa fantástica e característica do ser humano (falo do cérebro pensador, inteligente, claro), nem todas as pessoas têm um! Mas como eu dizia, seis biliões de pessoas, seis biliões de formas de amar. Não se repete uma. Ora, é precisamente isto que leva a situações, normalíssimas, bastante frequentes, de desencontros amorosos. Contudo, sabemos bem que, o que hoje é verdade, amanhã é mentira, e vice-versa. Introduzamos, então, na conversa a ‘paixão’. A paixão é uma maluca! Uma maluca que nos tenta enganar, que tenta confundir todo o nosso rol de sentimentos. Chega, de um momento para o outro, como se viesse cheia de pressa: - Vamos lá aviar isto que eu tenho de ir para outra freguesia. - E começa a tentar convencer-nos que o que sentimos, afinal, é amor! Quer dizer, acabámos de conhecer uma certa pessoa e, de repente, é amor! Convenhamos… Ó ‘paixão’, tem lá calma contigo! Minhas amigas, meus amigos… não é nada disto! Ou será mesmo?!!! É que antigamente, tipo… há dois dias, duas semanas, dois meses, dois anos, duas décadas, dois séculos e por aí fora, as pessoas primeiro eram apresentadas umas às outras, ou, sim senhor, apresentavam-se mutuamente. Conviviam um pouco. Se houvesse alguma compatibilidade, aumentavam o contacto entre elas. Descobriam gostos comuns, partilhavam histórias, enfim, aumentavam, de um modo natural, a cumplicidade. Nesta fase, começavam a desconfiar que estavam a gostar da outra pessoa… e depois, quando vinha a certeza desse sentimento, viviam-no com (e aqui sim, faça lá o favor de entrar) PAIXÃO! Então, quando se confirmava que a outra pessoa sentia o mesmo, acontecia o AMOR! Normalmente a consequência de tudo isto era, e é… namorar! Por tudo o que implica uma vida a dois. Simples! Para saberem se o amor é sustentado. Se tem hipóteses de sobreviver, forte e unido, às dificuldades que os nossos políticos nos vão, generosamente, oferecendo, eleições após eleições. Mas sobretudo, forte e unido na sinceridade, na confiança, na admiração, no respeito! – Porquê? - Perguntam vocês de novo. Precisamente porque essa vida a dois, poderia vir a tornar-se uma vida a três. Ou a quatro, ou a cinco ou a mais, com todas as responsabilidades implícitas.
Mas há quem faça o contrário. Primeiro engravida-se: - Ora bem, já estou grávida e agora o que era mesmo que vinha a seguir? Ah, já sei, ver uma casa, lalala pupitu tarari, esta serve. Bem, já agora namoro com o futuro pai do meu filho. Pronto, já está. Afinal já namorava e nem sabia. Pensava que eram só umas quecas. Se calhar é melhor dizer-lhe que estou grávida, não?! - Nisto, enquanto ela lhe liga: - Olha, vem ter comigo à maternidade que eu preciso de falar contigo. – Ouve-se uma voz: - Mama, nasci! Já tens namorado?!
E assim se reúnem as condições para esta criança ser feliz! Uma criança desejada, fruto de uma relação duradoura, forte e unida! Sustentada na sinceridade, na confiança, na admiração, no respeito!
E é isto minhas amigas e meus amigos. Como vêm aqui está uma das seis biliões de formas de ‘amar’ de que vos falava.
Como vos disse, o cérebro é uma coisa fantástica! Toda a gente devia ter um!

P. S. Apenas dar uma palavra a todos os casais, gays incluídos, que reúnem todas as condições para criar uma criança feliz, e que lutam há anos para tal, mas que, neste país de atrasados, não conseguem vencer o processo de adopção! Para todos vós, a minha SOLIDARIEDADE.


Até breve.

sábado, maio 09, 2009

Amai-vos uns aos outros como irmãos, assim, como Eu vos amei!



Dizem que, há dois mil e qualquer coisa anos, nasceu uma criança a quem os progenitores deram o nome de Jesus. Ao que consta, terá sido uma criança normal. Brincou na infância. Caindo e magoando-se. Pregou sustos aos pais com as feridas. Com os atrasos, ao chegar a casa tardíssimo, depois de perder a noção do tempo, enquanto brincava com outras crianças. Terá havido alturas em que não quis comer a ‘papa’ toda. Terá ficado de castigo por isso e, ao invés de ir brincar, terá ido ajudar o pai, carpinteiro ao que parece. Foi aprendendo com esses erros e também consta que, desde muito cedo, nas suas derrotas, soube não perder a lição. Por esse motivo, e também através do testemunho dos mais velhos, foi bebendo nas suas experiências, assimilando assim, os valores da vida em sociedade, enfim, os valores da Vida. Parece que o fez de uma forma precoce, pelo menos em relação às meninas e meninos da sua idade e, infelizmente para o ‘bem’ comum, foi pondo em prática esses valores, de forma isolada.
Era o orgulho de sua Mãe, Maria, mas dizia-se que o seu, também orgulhoso, pai, José, não o era de facto. Dizia-se então, que este Jesus, (este porque na época o nome Jesus era um nome usual), dizia-se então, Ele ser Filho de Deus. Seria por isso filho de:
1) FILOSOFIA [com maiúsculas] Principio ou origem de todos os seres e origem e garantia de tudo o que de excelente existe no mundo;
2) RELIGIÃO [com maiúsculas] nas religiões monoteístas, ser absoluto e único, criador do Universo, infinitamente perfeito, necessário e eterno;
3) RELIGIÃO nas religiões politeístas, ser superior que tem poder sobre o Homem e ao qual é prestada veneração;
4) [fig.] pessoa a quem se vota uma dedicação extrema;
5) [fig.] o que é objecto de adoração e a que se sacrifica tudo o resto.

O que é facto, é que Jesus começou a transmitir uma mensagem de Paz. Uma mensagem de Amor. Transmitia-o por palavras e por actos. Desprendendo-se dos valores materiais, que nada enriquecem o egoísta. O que vive só. Devido a esta atitude, a esta postura, destoava de todos quantos o rodeavam. Ainda assim houve, naturalmente, pessoas que, com a melhor das intenções mas com algumas compreensíveis falhas, Lhe tentaram seguir o exemplo. Foi considerado uma ameaça ao poder instituído, e como tal perseguido. Acabando por ser condenado à morte e executado. Foi crucificado. Uma prática normalíssima na altura, para quem era condenado à ‘pena máxima’.
Não há lições de moral. Não vos quero por isso converter, a nenhum tipo de religião. Nem tentar sequer. Apenas convidar-vos para o seguinte exercício:
Vamos todos imaginar que Ele não existiu! Vamos todos imaginar que o Homem que morreu por dizer que nós somos todos irmãos, e por isso todos iguais, não existiu!
Mas a mensagem da Paz está cá!!! A mensagem do Amor está cá!!! A mensagem de que somos todos iguais está cá!!!
Então, ainda que possam esquecer a parte do: “Assim, como Eu vos amei”, tentem, no vosso dia-a-dia, praticar a parte do: “Amai-vos uns aos outros como irmãos”.
E já agora vão pensando nisto; se Deus não existe, por que é que existem ateus?...

Até breve.