sábado, fevereiro 20, 2010

Pensamento preso

Aguarda-me (sempre) uma conclusão lógica. Por ser minha. A única coisa verdadeiramente minha.
Porque não me posso soltar de tudo o que me influi, posso ao menos concluir que, se assim não fôr, a nenhum de vós, que me influencíam, assiste pingo de razão.
Neguem o que sou, negarão o que defendem...

Não precisam concordar, lógico!

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

i blog you, please - By Soraia Silva















"É esta a ideia que tenho sobre ti e o teu espaço (sim porque o nosso espaço, é o nosso reflexo, à qual não precisamos de conhecer a pessoa, pois o espaço já diz muito)... A tua escrita é de quem aprecia o silencio, o sossego, para que cada palavra seja pensada ao pormenor, consoante vais escrevendo.
A sala praticamente vazia, foi só para simbolizar a tranquilidade."
Soraia Silva


E que ideia linda tem ela sobre mim! Sobre este espaço!
Soraia é uma das primeiras seguidoras deste blogue. Conhece bem a casa.
Ela é uma artista na montagem de imagens, como se constata neste seu trabalho.
Pediu que a desafiássemos. Eu, aqui, desafiei-a! Devo dizer que não poderia ter gostado mais do resultado!
Aquele que se não vê, na imagem, sou eu. Com aquela luz, aquele barulho. Com vocês bem ali, à minha frente, onde me dou em palavras!


Obrigado Soraia, pelo modo lindo como me lês!

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Choram letras

Poetisa e Senhora, uma escritora não morre.
Como pode morrer alguém que se lê? – Só porque se não vê?!
Essa é boa! Não me digam que também morreu o Fernando Pessoa?!
Não, não acredito. Têm tanta coisa escrito, que irão viver ainda muito.

As palavras não morrem… Vivem dos olhos que as comem.

Por isso não lhe choremos a morte, mas a triste sorte das letras
Que ela não irá juntar!
Fica a minha vénia, ó Rosa, nem sei se em poesia ou prosa,
mas isso também não interessa. Porque não me sai da cabeça, mas do peito.
E sei que não tenho o teu jeito, nem pretendo ser-te igual.
Nem todos os portugueses são do tamanho de Portugal.

Nasceste para não morrer, porque ler-te é o prazer que sentias,
Quando escrevias.



Rosa Lobato Faria 1932 – 2010

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Ténue Linha do Amor

Desafio "Velhice" - Fábrica de Letras

Encontrei um coração, estava a chorar.
Perdera o amor que acabara de achar.
Levantei-o do chão, tremiam-lhe as pernas,
Suas lágrimas, lindas, pareciam eternas!
"Este meu desencontro, chorarei toda a vida",
Disse, soluçando, falando da ferida.
Imaginei-lhe um vazio tão cheio de tudo,
Queria ajudá-lo, falar-lhe, sentia-me mudo...
Foi então que me disse que não estava triste,
Tinha descoberto apenas que o amor existe!
E falou devagar para eu perceber:
"Prometo amá-la enquanto viver!"
Os anos passaram sem pedir licença,
E eu ali estava, na sua presença.
No leito da morte tinha-me chamado.
Contive as lágrimas ao vê-lo deitado.
Esboçou um sorriso, ao ver-me chegar,
Sorri-lhe de volta mas queria chorar...
E a custo falou (era quase inaudível)
Mas fazia o esforço que lhe era possível:
"Prometi amá-la enquanto vivesse,
Nem que outra mulher meu amor quisesse!
Agora é a hora de eu te dizer,
Prometo amá-la depois de morrer!"
Caíram-me lágrimas, e só sabe Deus...
Eram as mesmas que caíam dos seus!
Então percebi, quando ele morreu,
Quem estava deitado, morto... era Eu!