sábado, novembro 07, 2009

Mente, Irreversível(mente)...

Dois mais dois é igual a quatro. Por enquanto…

Ou talvez se retirarmos as letras, se consiga ler melhor. Então cá vai:

2 + 2 = 4

Isto ensinaram-me ainda criança. Anexaram uns exemplos, com peças de fruta à mistura e tal, para comprovarem, e eu resolvi acreditar. Na altura, pensava para mim: "Se não for verdade, há-de vir a saber-se".
Tal como me disseram, ainda miúdo, que se caísse a um poço, morreria.
- Mantém-te longe dos poços – alertavam-me – olha que se caíres, não há nada a fazer, morres. - E quanto à morte, bem, quanto à morte meus amigos, depois de entender o que era, ainda criança, resolvi nunca facilitar, dentro do risco que já corro por ter nascido! Nem facilitar com a minha, nem com a dos outros. E aqui chego ao que gostaria de sublinhar.

Não me apazigua o facto de haver justiça prevista que se me aplique, no caso de num acesso de irresponsabilidade, os meus excessos ceifarem vida(s) alheia(s).

Já cometi os meus excessos… Agora que penso nisso… Mas na altura não o eram, para mim, claro. Ainda assim quando o foram, não colocaram terceiros em risco. Por vezes tento imaginar-me num cenário de culpado. E concluo que teria tudo menos paz comigo próprio. Concluo que nenhuma pena a que fosse condenado, faria justiça à minha culpa.

Se há algo que o tempo me tem ensinado a relevar, é a irreversibilidade de determinadas questões. E haverá algo mais sensível neste assunto do que a vida/morte? – Não me parece.

Por quanto tempo iremos nós comportarmo-nos desta forma? Desta forma egoísta que, em troca de algum prazer, como o é por exemplo a velocidade nas estradas, colhe vidas de pessoas que seguem o seu caminho dentro das regras?... Como pode alguém retirar prazer de lançar pedras desde os viadutos das auto-estradas, para partir pára-brisas, e ficar a ver a gincana, o conjunto de reflexos do condutor, para não se despistar?... E tantas, tantas outras situações…

Haverá pena que faça justiça a tamanhas barbáries?... Não pode haver…

18 comentários:

  1. Olá Gemini :))

    Dizes isso porque nunca me viste fazer contas ;)). Faço autênticos milagres!

    Mas deixando-me de brincadeiras, até porque o assunto de que falas não tem nada de engraçado.
    Enquanto dizes que "nenhuma pena a que fosse condenado, faria justiça à minha culpa", há quem não pense sequer duas vezes no assunto, assim como muitas vezes a culpa morre sozinha. Não só não há essa consciência pessoal como não há uma consciência social e muito menos em termos de justiça. Haverá sempre justificação: a estrada em mau estado, o piso escorregadio, o nabo que ia à frente. Muito mais fácil do que encarar a culpa, porque houve excesso de confiança em alguma manobra ou uns copos a mais. Essa dos viadutos não sabia... estará tudo maluco? Só pode! Mas, se as pessoas não conseguem ter essa consciência, deveriam ser punidas por tal, quando muito para os próximos que se lembrassem de fazer isso pensarem duas vezes!

    Mas, julgo eu, será difícil resolver questões que deveriam estar resolvidas antes, na consciência de cada um.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Ah! O escudo anti-chinês ;)
    Se resultar, avisa!! Se bem que o nosso amigo tem atacado menos vezes :))

    ResponderEliminar
  3. Há uma "coisa" que se chama conscìência mas que está em vias de extinção. Esse conhecimento que todo o ser humano devia ter, através dos sentidos, da sua existência e da realidade exterior, puf!
    Agrada-me que "mais jovens" do que eu, pensem como o Gemini, sinto esperanças de que nem tudo está perdido.
    Bjis da vovó

    ResponderEliminar
  4. Acreditas que haja alguém 100% bom?...

    E 100% mau, haverá?...

    A justiça é mera ferramenta de um estado de direito, nem sempre adequada. Existe a justiça natural, mas essa não se aplica à sociedade em geral, existe dentro dos homens, é irredutível a leis, decretos ou regulamentos. Essa são as maçãs... A lei escrita é a matemática. E a matemática não se come... Mas sem ela nunca saberias quantas maçãs poderias partilhar.

    Abraço Gemini!

    ResponderEliminar
  5. de nada, gosto do seu blog (:
    e pode-me tratar por tu xD, tratar por você parece que sou muito velha xDD obrigada, pelo conselho, acho que estou naquela idade da 'revolta' apesar de o texto já ter sido escrito há quase um ano. obrigada e continue :)

    ResponderEliminar
  6. Falta de consciência e amor pelo proximo...

    ResponderEliminar
  7. Acredito, Nirvana. Olá!

    As contas... Eu diria que raramente nos saem certas...

    Um "acidente", será sempre um acidente! Mas há os denominados como tal, que nunca o serão... Porque se um acidente é algo que, pelo esforço que fazemos, acontece contra todas as expectativas, há os "outros acidentes", que quando acontecem, já estavam reunidas algumas condições para que sucedessem... E são destes que falo.

    Poderemos chamar acidente, quando alguém, depois de ter estado a consumir bebidas alcóolicas, por que motivo fôr, se "enfia" dentro de um carro e, alterado, vai para a estrada, e bate de frente contra uma familia inteira? - Não, digo eu, isto não será um acidente. Pois se já se sabe previamente que beber alcóol é propenso a incumprimento de regras de trânsito, esta colisão nunca será acidental... As pessoas, antes de beberem, sabem disso. Então, que pena poderá castigar justamente este comportamento e as suas consequências?...

    A questão das "pedradas", já a ouvi (e vi) há uns tempos na TV. Sinceramente, Nirvana, nem sei que diga...

    (Até agora nada de chinocas... Só lojas por todo o lado, eheh!)

    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  8. Olá vóvó!

    A educação, a formação de cada um, não se deve ficar apenas pelo que nos é feito chegar... Cabe a cada individuo cultivar o que lhe chega, e fabricar-se, ou ir-se fabricando. Mas não deveria ser necessário descer tão baixo comportamentalmente, para tomar consciência de tamanhas atrocidades!

    Meu "Deus", perdoai-lhes porque SABEM o que fazem...

    Beijinhos!

    ResponderEliminar
  9. Bem, CybeRider...

    Houve um Hitler... Sem tanta certeza, houve um Cristo...

    Actualmente, não sei. Talvez daqui a dois mil anos se saiba se neste nosso tempo, terá havido...

    A justiça também estará "condenada"... Pois se quem a dita, erra...

    A matemática é exacta! Já a lei escrita... E se a matemática não se come, CybeRider, quantas vezes temos de "engolir" a lei escrita?...

    O que nos vai valendo, é mesmo a partilha das maçãs...

    Abraço!

    ResponderEliminar
  10. Olá Summer, Bem-vinda!

    Olha, eu já cometi o "abuso" de tratar-TE por tu! Agora compete-te fazer o mesmo, que saberás não ser abuso ;))

    Eu ainda estou (processo contínuo) a fazer-me pessoa. Tu também. Tens a vantagem do tempo pela frente, eu compenso essa desvantagem, com alguma experiência obtida... Por isso posso adiantar-te que, isso da revolta, talvez te acompanhe durante grande parte da vida.

    Nunca desistas. Desistir nunca nos dirá até onde poderíamos ter ido!

    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  11. Olá S*!

    Então?! Pensas que será só isso?

    Sei que não. Compreendo-te.

    São actos que simplesmente nos roubam as palavras, certo?...

    Beijoca!

    ("Olha" lá, a tua mana tem blog? Gostava de espreitar, em caso afirmativo)

    ResponderEliminar
  12. Este blogue é uma "seca" de banalidades.
    Que sono!

    ResponderEliminar
  13. Olá Anónimo!

    Começo por te dizer que sempre que fores visitado pela insónia, já sabes onde vir buscar o sono para o teu descanso.

    Depois ía sugerir-te para usares a tua palavra, apenas quando fosse para acrescentar alguma coisa de positivo, mas como és um irrelevante anónimo, escondido num anonimato que jamais te ocultará de ti próprio, prefiro ficar-me a desejar que um dia te encontres como SER humano.

    Lembra-te; vieste uma vez por não saberes o que irias encontar. Agora que sabes que não te agrada, só voltarás se fores, entre o tudo/nada que eventualmente possas (não) ser, BURRO. No entanto, se vieres, deixa tudo como encontraste ao saíres, caso essa tua inteligência te permita.

    ResponderEliminar
  14. Sou sincero, nunca bebi em conduzi... e acho que nunca um excesso meu colocou a vida de alguém em risco... só talvez a minha e mesmo assim :D gosto demasiado de viver para trocar a minha vida por tuta e meia...

    Grande abraço Gemini

    ResponderEliminar
  15. Um pequeno desafio para ti, lá no meu canto.
    Beijinhos e bom dia :)

    ResponderEliminar
  16. Também eu, Alexandre, gosto demasiado de cá andar... Mas "dói-me" ver inocentes irem "mais cedo"...

    Forte abraço, Alexandre.

    ResponderEliminar
  17. gosto de usar a expresao "so pensas no teu umbigo".

    e é assim que muita gente vive, a pensar em si mesmo.
    a justiça existe, mas nao o suficiente para deixar travar determinadas situaçoes...

    gosto de pensar, que eu "me vou", mais cedo, o que seria previsto no meu pensamento, gosto de pensar que "me vou" antes de muitos outros, mas custa-me deixar alguem depois de mim, que o seu interesse é apenas o contrario, ide os outros "que eu cá fico bem"...

    há muita gente com falta de consciencia, falta de respeito por si, pelos outros e acima de tudo pela vida!!!

    ResponderEliminar
  18. Olá Soraia!

    De facto, só damos o devido valor após a perda, não é o que se costuma dizer?

    Por vezes, naquelas em que a conquista de algo (ou alguém, mas aqui só muito raramente!) nos foi extremamante difícil, ainda sabemos valorizar. Pelo menos durante uns tempos...

    Agora, quando as coisas, ou as pessoas, nos surgem de modo quase oferecido, somos quase sempre negligentes, no que toca a mantê-las na nossa "vida"! E aqui, a própria "Vida" é disso exemplo! Quanto ou o que é que nos custou conquistar a nossa vida? - Talvez... Nada! De repente, damos por nós e somos seres com vida!

    Perante a recuperação de uma doença grave, ou de um acidente grave, que o tenha sido efectivamente (porque há aqueles "acidentes" que de acidental nada terão), vir-nos-á aquela sensação de "renascimento", de algo que custou a conquistar e iremos, lá está, valorizá-la. Como se nos fosse dada uma segunda oportunidade...

    Mas nada nos deveria dar o direito de negligenciar comportamentos que possam "mexer" com a vida dos outros...

    Beijoca, Soraia.

    ResponderEliminar

A "ler" é que a gente se entende.