quarta-feira, outubro 21, 2009

Labi(o)rinto de sensações...






Haverá outra parte de nós, que viva tamanha cumplicidade? – Talvez.

Superior, inferior. Só entre eles, é que o não são. Tão diferentes, aos nossos olhos! Gémeos, no sentir e agir! Beijam-se como nenhuns outros. A cada bocejo, cada suspiro, a cada palavra proferida. Num desabafo, festejo. Qualquer desculpa que os separa, justifica-lhes um reencontro singular, mágico, que exibem, orgulhosos, ao resto do corpo.

E se para um beijo são precisos no mínimo dois, é deles que falaremos. Dos nossos lábios, claro. A Natureza jurou-os parceiros, quais siameses, em fidelidade eterna. E se são lábios, beijam. Beijaram. Irão beijar.
O beijo começa entre eles, antes de tocarem uma face, uma mão, outros lábios. É também entre ambos que termina.

Um beijo é sempre verdadeiro. Mesmo o falso, porque se quer que seja. Ou porque não conseguiremos camuflar (nele) o que nos vai por dentro.

Há beijos que contêm tamanha felicidade, tão grande cumplicidade, que chegam a recrutar lágrimas, em auxílio do sentir. Depois haverá os das outras lágrimas, as que não queremos que venham…

Beijo – Principio, fim. O que desponta o sorriso, o que encerra a lágrima. O de ambos. Que interrompe a palavra, que a substitui quando lhe é superior, humildemente superior.

Poderemos definir um beijo? - Tenho comigo que ele se define, simplesmente, no momento em que o é.

Quem nunca beijou, sorrindo a tristeza?...
Quem nunca beijou, chorando a felicidade?...

Beijo… Provavelmente o inicio, eventualmente o fim!

22 comentários:

  1. Meu querido "neto" sem palavras para descrever o que senti ao ler estas tuas palavras, logo eu que sou uma tagarela e hábil em dar resposta pronta.
    Como aprecio poesia mas não sou poeta, envio daqui uma contribuição
    para dar um poucochinho de mais força ao texto ( não é que ele precise)

    "O Beijo

    Congresso de gaivotas neste céu
    Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
    Querela de aves, pios, escarcéu.
    Ainda palpitante voa um beijo.

    Donde teria vindo! (Não é meu...)
    De algum quarto perdido no desejo?
    De algum jovem amor que recebeu
    Mandado de captura ou de despejo?

    É uma ave estranha: colorida,
    Vai batendo como a própria vida,
    Um coração vermelho pelo ar.

    E é a força sem fim de duas bocas,
    De duas bocas que se juntam, loucas!
    De inveja as gaivotas a gritar... "

    Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

    Beijinhos embrulhados

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  2. Eu já beijei quase por frete... considero que foi um grande erro. :)

    Hoje em dia beijo só quem quero muito muito muito.

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  3. E assim descrito, um beijo só pode ser aquilo que efectivamente é: um momento mágico. Atrevo-me até a dizer, o momento de maior cumplicidade entre duas pessoas.

    Provavelmente o início, sim, mas acho que muito raramente o fim, porque se algo perdura, esse algo é esse momento, em que as sensações rodam em volta do labirinto de emoções que se unem a esses lábios.

    Gemini, LINDO!
    E, um beijinho

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  4. Um beijo é magia, em que tudo pára, até o tempo...

    Gemini ADOREI!

    beijinho grande para ti.

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  5. Mas que texto delicioso!...
    Tão maravilhosamente geminiano em cada palavra, com o toque perturbador de uma leveza provocante e dolente...
    Genious!
    ;)

    já agora... beijo

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  6. E com os labios em extenção máxima um sorriso pelo belissimo texto...

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  7. a magia de um beijo, as sensações únicas que ele pode suscitar
    um mar de emoções neste teu post
    um beijo

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  8. :)
    Não resultou, Gemini. Pedi com jeitinho, esforcei-me mas continuam a aparecer. Se ao menos lesse o teu post, de certeza que ia procurar coisas mais interessantes para fazer!
    Mas ando a aprender umas técnicas com morcegos, caldeirões e assim. Quem sabe tenho sorte e consigo irradicar estes comentários não legíveis ;)
    Beijinhos e bom fim de semana :)

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  9. Olá "vóvó"!

    Belo poema, com que decoraste o meu texto! Visto assim, até parece colocares-nos (eu e o Alexandre O'Neill) no mesmo patamar! Não sei se ele justificará tamanha honra! ;)))

    Um beijinho!

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  10. Ó S*...

    Acho que já todos beijámos por frete. Por desconhecimento do peso do fardo, talvez. Mas olha, só terá sido erro, se o voltares a fazer... Se aprendeste com ele, foi uma lição, não um erro, topas?

    Cuidado ao beijares só quem queres! Não esteja um de vós, sem seres tu, a fazer frete... ;)))

    Beijoca.

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  11. Olá Nirvana!

    Eu transporto essa opinião desde que... Beijo!

    Para mim, um beijo é mesmo o momento de maior cumplicidade entre duas pessoas.

    E se a maneira como o descrevo pode ser bonita, asssumo que está muito longe de lhe fazer justiça à magia!

    Imagino dois seres que se entregam! Onde perdem a noção de qual dos corpos é efectivamente o seu. Um momento que, por exemplo, pode ir da água do duche, à água, que será doce, dos seus suores. Terá esse momento ter-se iniciado, PROVAVELMENTE, com um beijo. E no fim, que nunca será um final(...), concluem esse momento, EVENTUALMENTE, com outro beijo! E quantos beijos se conquistam no durante!

    Dois beijos podem ser o "parêntises", para tudo o que se vive dentro deles...

    Obrigado, Nirvana. LINDO, é o teu comentário. ;))

    Um beijinho.

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  12. Olá Mimanora!

    Sim, concordo contigo. Tudo pára, através da importância que conseguimos retirar, a tudo o que se desenlaça fora desse momento!

    O tempo de que falas, ainda que possa não parar, vai ter "connosco" ao futuro, onde estaremos no fim desse instante!

    Um beijinho.

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  13. Olá Mag!

    A Nirvana "sente" que este blog dá vontade de abraçar, ao ler-te o comentário, fiquei a pensar se este texto dá vontade de "o" beijar ;)))

    Ainda bem que recolhes essa imagem, falar do "Beijo" e não conseguir fazê-la passar seria um desconsolo. Mas sabia previamente que lhe farias uma leitura justa ;)), logo tu!


    Um beijinho.

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  14. Olá Miguel Ferreira.

    Muito bem-vindo!

    Eu retribuo o sorriso, mais do que por constatar o teu agrado pelo registo, por brindares este espaço com o teu tempo de visita.

    Volta sempre. Este canto agora, é mais teu do que já era.

    Um abraço.

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  15. Olá uminuto!

    De facto, há beijos que parecem exceder-se e serem qualquer coisa mais do que o muito que já são, enquanto beijos.

    E se ler este meu post é navegar nesse mar que descreves, que ninguém fique em Terra!

    Outro beijo para ti.

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  16. Pois é, Nirvana, lembraste do que registei, lá no teu cantinho? - Eles vão direitinhos ao último post... Assim, não lêm o que tens para "trás", percebes? Tens de colocar uma mini-aplicação com a tal mensagem...

    Bom fim-de-semana, beijinho.

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  17. Gemini, por isso tento levar tudo com muita calma... para ter a certeza que um beijo não é só um beijo. Errei... mas quero melhorar.

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  18. É isso mesmo S*!

    Que melhor será para nós fazer-mos de cada beijo "O" beijo?!

    Se a pressa é inimiga da perfeição, já a calma...

    Uma beijoca, S*.

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  19. Muito do que disse sobre o beijo, já o disse num dos posts do Cyberider. Acho que cada comentário será único, e portanto, não me quero repetir.

    Mas além dos beijos de amor, ou entre dois amados, como os que descreves aqui, existem outros beijos que me deixam emocionada, e que implicam o primeiro amor que conhecemos. Falo de amor paternal.

    emociono-me quando um pai e um filho, se cumprimentam com dois beijos na cara, mesmo sendo os dois homens (o que noutra situação podia consternar mentes mais fechadas). Um beijo entre um pai e um filho, mostra o laço estreito entre ambos, que um aperto de mão não consegue definir.

    Beijoca!

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  20. Gemini, agora compreendo o que disseste. De facto a elaborar este poema como poderias adiantar-te?

    Bonita tese. Descreveste bem a coisa, mas eu apenas lhe pretendia definir a anatomia, não o conteúdo intrínseco.

    Abraço!

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  21. Olá Pepita.

    O meu pai educou-me pelo aperto de mão. Mas acompanhei primos, ainda acompanho, que foram pelo beijo. Convivi(o) portanto de perto com as duas realidades. É uma questão cultural, primeiro, pessoal, depois. Há culturas onde os beijos entre homens são comuns, e nem é preciso existirem laços familiares, como bem sabes.

    Eu compreendo bem o que queres transmitir, mas devo também alertar-te para o outro lado da questão... Muitos pais (homens, claro) não substituiram o beijo aos filhos pelo aperto de mão, por não o saberem fazer! Por recearem quebrar um acto instituido. Já pude observar, talvez te apercebas disso também, algum constrangimento por parte de pais e filhos que se cumprimentam com beijos em público...

    Mil homens que eu cumprimentasse, de olhos vendados, saberia dizer-te qual a mão do meu pai!

    Uma beijoca, Pepita.

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  22. Olá Cybe!

    Pois, são de facto vias diferentes, ainda assim considerei de bom tom não me alongar, por lá.

    Talvez as duas se complementem, não?

    Um abraço.

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A "ler" é que a gente se entende.