terça-feira, julho 28, 2009

Schhhh… Cala um pouco mais baixo!

Já muito se registou sobre silêncio. Também já o fiz. Sou testemunha das maravilhas que encerra, porque o escolho muitas vezes para companhia.

Mas há outros. Há outros silêncios… há silêncios que são verdadeiras torturas. Aqueles que não são escolha. Que nos são oferecidos sem que lhe saibamos o porquê. Que nos magoam mais, incomensuravelmente mais do que aqueles que, descarada e insensivelmente, nos confrontam com as respostas que nunca queríamos que chegassem. Mas estes, pelo menos, trazem respostas. E se a dor que algumas dessas respostas trazem é inevitável, já o sofrimento se transforma em algo opcional.

Não considero o silêncio, nenhum género de silêncio, a arma dos fracos. Acomodamo-nos a tantas situações por ser tão mais fácil permanecer, no que se conhece, em função de rumar a um desconhecido, que à partida já tem rótulo de dor. Acredito que muitas vozes se calam, em sofrimento, para que as suas palavras não magoem. Assim sofre só um, o que cala. Errado. Sofrem as mesmas pessoas envolvidas. Muda apenas o modo. E este silêncio, o não escolhido, muitas vezes não nos permite ouvir o que o outro, o escolhido, tem para nos dizer. Pode assistir-nos toda a razão para optar pelo silêncio – inquestionável. Porém, deveríamos remeter-nos a ele somente após apresentarmos os nossos motivos. Ainda que não os queiramos discutir. Apresentá-los, simplesmente.
Já o disse aqui, e não só, que sou um respeitador nato. Como tal, serei capaz de respeitar todo o silêncio que me queiram dirigir. Mesmo que injusto. Já lá vai o tempo em que me preocupava em me justificar e tentar apresentar os meus motivos, sem que mos quisessem ouvir, quando me deparava com alguma atitude injusta para comigo. Agora não. Quem gostar de mim, o mínimo que seja, há-de confrontar-me antes de me julgar e de me condenar seja ao que for. Nem que seja ao jejum das suas palavras.

É incomparavelmente mais doloroso um silêncio não justificado, do que mil palavras ofensivas e injustas!

Se este silêncio se deve ao facto de eu te ter magoado, ainda que sem consciência disso, apresento aqui as minhas desculpas, onde me podes ler por opção. Onde não tenho de invadir o teu mundo.
Antes de virar esta página, quero que recordes que se a vingança nos torna iguais, o perdão faz de nós superiores.
Se é que tenho algum poder no campo do perdão, que se dane a superioridade... O teu silêncio está perdoado.

sábado, julho 18, 2009

My end is my beginning!

Reinventar-me.
É preciso, sim. Someday, somehow…

Mas não foi isso que me trouxe aqui…

O que me trouxe aqui foi alguém que tenho o prazer enorme de (não) conhecer. Alguém que eu leio e imagino a voz. Alguém que (não) conheci aqui, na Blogosfera. (o B, assim maiúsculo, é para lhe sublinhar a grandeza). Alguém a quem, da minha casa, espreito a janela da sua, só para ver se tem luz. Alguém que, quando a luz está ligada, precipito a visita e não me conhece. Uma casa onde entro sem campainhas. Uma casa de portas abertas. Uma casa onde, nas suas palavras, também me leio.

E agora o meu bairro vai ficar mais pobre… A administradora da casa pensa (ou já decidiu?!) partir. Ainda não sei se a casa fica em pé, ou se vai ser demolida…

Aos meus vizinhos, os de "carne e osso", conheço-lhes a face! Conheço-lhes as vestes. As vozes, os carros. Talvez tudo o que menos interesse conhecer. Não conheço a essência. Não os conheço, de todo, tão bem como, não conhecendo, conheço este vizinho virtual! E por isso lhe peço que, "ouvindo", não "dê ouvidos" ao que não tenho o direito de lhe pedir…

"Please, Don’t Go!"
"Against All Odds!"
"There Will Never Be Another You!"
"I Still Haven’t Found What I’m Looking For!"
"A Gente Vai Continuar!"
"Hoje É O Primeiro Dia Do Resto Da Tua Vida!"

"Please, Forgive Me!" mas…

Nunca pensei que doesse tanto ver partir quem (não) conheço.

- Mas sim, vai! Reinventa-te. Faz do teu fim o teu início. Ficarei triste pelo adeus, feliz por ti! E se fores mesmo quero que saibas, ainda que não te importes e que a minha casa nada te diga, que guardarei para sempre em mim, um conjunto de…

Pequenas Grandes Sensações

sexta-feira, julho 10, 2009

Brindavam o aniversário dela.







Ele chamou-a pelo ombro.

Pela reacção, ele percebeu que ela sabia aquele momento inevitável. Pela reacção, ele percebeu tudo. Mas para ele, o “sim”, morreria depois da esperança. Então, até se oficializar o “não”, que está sempre garantido à partida, ele via, ainda, tudo verde…

Ela consentiu. E, como só elas sabem fazer, virou-se para ele. Já haviam conversado. Ele havia já falado com ela. Há muito que ela era mais do que o último pensamento do dia… ela era já a insónia. Ela, com palavras, pedira-lhe para adiar outras palavras, dela, para um futuro próximo. Ele concretizou naquele presente, o futuro que ela lhe pedira. Naquele momento, eterno, para ele, não usaram palavras. Ele sorriu-lhe um ponto de interrogação… ela chorou-lhe um não.
Abraçaram-se. Ele a ela, depois de ela a ele. E, ao ouvido as palavras, enquanto eles se sentiam.

Ela:
- És uma pessoa muito especial! Fazes-me sentir especial também, por ter alguém como tu a ver-me, a sentir-me dessa maneira. Não estou a passar uma boa fase. Não iria estar num “nós” de corpo e alma. Ir-te-ia magoar. Ultima coisa que quero.

(Ele, com beijos, saboreou-lhe o sal das lágrimas)

Ele:
(Olhos fechados. A senti-la intensamente nos braços, naquela que ele sabia ser durante muito, muito tempo, a ultima vez que a viveria assim, chorou-lhe)

- Amo-te, S.! Não adianta tentar dizer-te o quanto. Amo-te apenas o quanto consigas imaginar que te amo. Quero que te lembres, que nunca te esqueças, que vou guardar este amor dentro de mim. Que nada vou fazer para o esquecer. Que vou esperar, vou saber esperar que esse pouco que tens dentro de ti cresça ou morra. E vais saber, no momento em que eu for o teu pensamento, que te estou a amar. Quando isso te fizer percorrer pelo corpo um arrepio, saberás que é um beijo meu a chegar. Haja o que houver, S., ainda que no futuro não volte a haver um “nós”, lembra-te que nunca serás inteiramente de mais ninguém, porque parte de ti é, e será minha para sempre! Este coração que está no meu peito é teu. E eu, doce… Estarei sempre à distância que tu me quiseres.
Ela não viu as lágrimas dele.

sábado, julho 04, 2009

Ensurdecedoramente! (Parte II)

Por que a presença entre duas ou mais pessoas, mas principalmente entre duas, nem sempre deveria ser preenchida com palavras vazias, assumamos o silêncio, sem tabus, sem receios de "vazios"!

Por que o silêncio pode encerrar dos maiores conteúdos, assumamo-lo, sem tabus, sem receios de "vazios"!

Por que o silêncio interrompe as palavras, para que o momento seja (ainda) mais especial, assumamo-lo, sem tabus, sem receios de "vazios"!

Por que, se o meu silêncio nada te diz… de nada te servirão as minhas palavras.
O silêncio… Talvez se possa escrever, também…

Ensurdecedoramente! (Parte I)

Por que a presença entre duas ou mais pessoas, mas principalmente entre duas, nem sempre deveria ser preenchida com palavras vazias, assumamos o silêncio, sem tabus, sem receios de "vazios"!

Por que o silêncio pode encerrar dos maiores conteúdos, assumamo-lo, sem tabus, sem receios de "vazios"!

Por que o silêncio interrompe as palavras, para que o momento seja (ainda) mais especial, assumamo-lo, sem tabus, sem receios de "vazios"!

Por que, se o meu silêncio nada te diz de nada te servirão as minhas palavras.

O silêncio Talvez se possa escrever, também

quarta-feira, julho 01, 2009

Mãos ao ar, isto é um seguro!!!

Uma colisão entre dois veículos. Triângulos e coletes. Sangue quente (nas veias, calma! Não há feridos.) e, à portuguesa, argumentos da razão "muito altos". Ninguém tem culpa. Ou têm os dois. Ou só um. Chama-se a policia, por que a culpa é do outro… registo de ocorrência e… seguradoras resolvam, que é para isso que nos "chulam"!


Há dias presenciei uma situação engraçada, que me levou a imaginar um cenário… às tantas nada impossível, num qualquer futuro!

Do estabelecimento onde me encontrava a tomar um café, reparei que uma moça subia a rua, enquanto outra a descia, no mesmo lado da estrada. Tudo normal. Mais atento, observei que ambas seguiam concentradíssimas no respectivo 'celular', numa eventual conversa escrita. Já eu adivinhava o embate, quando elas, num susto partilhado, travaram a tempo de evitar o choque frontal. Fintaram-se mutuamente, num sorriso, e depois do "drible", cada uma seguiu o seu.

O que imaginei eu?...
Uma possível sequência da colisão entre elas.

Imaginem que se tinha dado o embate… que os telemóveis caíam e se danificavam… ou apenas um deles. Talvez se dispensassem os triângulos e os coletes, mas quem assumiria a responsabilidade, se o de uma não se estragasse, e o da outra sim? Chamar-se-ia a policia, para apurar qual a transgressora? Para se saber qual seguia o seu caminho fora de mão? Seriam ambas multadas por irem ao telemóvel, enquanto circulavam na via pública?

Já há muito tempo que existem algumas regras para a circulação dos peões. Semáforos, passadeiras, passagens superiores e subterrâneas, enfim, todo um não sei quê moderador do trânsito pedonal. Vamos, estou convicto, chegar a um ponto, em que por certo alguns de nós já cá não estarão, onde a regularização da circulação dos transeuntes será total. Regras que irão condicionar absolutamente, o modo como nos deslocamos a pé. Um paralelo ao Código da Estrada, versão; Código do Passeio.

Será mais um paraíso para a acção das companhias de seguros! Que após (se acontecesse) lerem este texto, iriam começar a trabalhar um modo para fugir às responsabilidades dos seus segurados. E logo que esse processo de fuga estivesse elaborado, era vê-las a avançar com esta ideia junto das autoridades, junto do Estado… pensando que não, seria só mais uma forma de lucro fácil.

É que já há tantos campos onde a lei permite roubar…