Desafio Preto & Branco Fábrica de Letras
P. - Sabes, Branco, escolheria o Preto se me fosse perguntado que cor gostaria de ser, mesmo apesar de não saber o que é estar na pele de outras cores!
P. - Sabes, Branco, escolheria o Preto se me fosse perguntado que cor gostaria de ser, mesmo apesar de não saber o que é estar na pele de outras cores!
B. – Queres explicar-te?...
P. – Claro. Não foi o que combinámos e que estamos a fazer, pôr o Preto no Branco, o que quer que isso seja?...
B. – Sim, de facto estamos a fazê-lo desde o “D” lá de cima, do titulo… Mas isso, por si só, não torna as coisas claras!
P. – Eu sei. Bem, eu e tu já falámos sobre isto, noutras folhas, Cinzentas como só nós as sabemos pintar, com as palavras organizadas de outra forma, eventualmente.
O que quero dizer é muito simples. Foi depositado em mim o fado. Também o luto, de grande parte do mundo. Eu sou a cor da tristeza, da solidão. Tu és o neutro que me dá sentido, nas vezes que a cor que sou o tem. Sou de resto a cor posta de lado, pela maior parte das outras cores. Que se servem de mim para se destacarem, num realce que as torna deusas, como se fosse só esse o bem que lhes posso fazer… esquecem-se que sou eu quem lá está, com elas, quando a noite se veste de dor, e as lágrimas que choram lhes esborratam as cores, dentro da cor que são.
B. – O que é que te levaria então a escolher essa mesma “pele”, se isso é ver os outros bem, num caminho que seria sempre paralelo à felicidade, como já é o teu, sem nunca lhe poder percorrer o trilho?
P. – Enganas-te, Branco, enganas-te. Se a felicidade é o caminho, não tem de haver nem haverá um só caminho onde se pode ser feliz. Aceitar a vida como ela se oferece, não é sinónimo de nos acomodarmos às situações. Eu serei feliz, sim, feliz, se me souber a contribuir, de que maneira for, para a felicidade alheia! Vejo demasiado egoísmo, por essas cores fora, mas se o confrontasse, eu não seria Preto.
V. – Oi, desculpem. Ups… parece que nos enganámos. Este não é o Diálogo colorido, pois não?
Gemini
V. – Oi, desculpem. Ups… parece que nos enganámos. Este não é o Diálogo colorido, pois não?
P. – Não, Vermelho. Este é o Diálogo incolor. Onde todos podem participar.
A. – Vocês desculpem, mas esperam por nós no Diálogo colorido. Anda Vermelho, não é de bom-tom chegar atrasado…
P. – Convidaram-te Branco, ouviste falar neste Diálogo?
B. – De facto não... Parece que afinal estamos em extremos que se tocam…
P. – Se a minha ausência proporciona felicidade, como não hei-de ser feliz? – Porque hei-de querer estar onde não me querem? – Fizeram de mim o primeiro passo, no caminho da sua felicidade. E condenaram-me, assim, a ser feliz, por eles!
É saber que se recebe, quando se dá!
DIÁLOGO INCOLOR
(P. – Preto / B. – Branco / V. – Vermelho / A. – Azul)
Gemini