sexta-feira, junho 26, 2009

Diz-me que me amas…


O R. é dos que vivem. Sim, por que é sabido, ainda que toda a gente morra, nem toda a gente vive! E ele vive. De forma intensa. Daquela forma que, cada um com as suas regras, deveria ser a única forma de viver.




O R. trabalha. Não vive de dinheiros de família, dinheiro dos pais, que o têm abastadamente. É um profissional exemplar. Tudo dito quanto a isto. Quase. Acrescentar, apenas, que complementa esse seu profissionalismo, proporcionando um excelente ambiente de trabalho. Podia, simplesmente, não o fazer. Retira portanto, o máximo partido do seu emprego. Ora, com esta postura, é fácil compreender que, os seus momentos de lazer são vividos… como dizer… como se não houvesse amanhã!

Já me confessou várias experiências pouco relevantes, sem interesse para partilhar.
Esta parece(u)-me merecedora de registo…


Aparentemente, era uma véspera de folga normal. Fim de tarde – encontro no café de sempre. Chega um, chega outro, chega a cerveja. E não se pára de beber, porque cerveja… nunca chega… ocasiona-se o jantar e lá vão eles. Entre garfos e que tais, conversa-se. Fala-se de tudo. Tudo num jantar de homens, pode muito bem ser, carros, futebol e… mulheres. E rega-se a palavra, com um tinto, que a comida, essa, é adereço.

Alguns bares, e o seu triplo (numero simpático…) em whiskies. Antes que se faça tarde, ainda uma discoteca, perfeitamente dispensável. E é aqui, no fim, no que se previa ser o final desta noite, que ‘começa’ a história do R.

Miúdas lindas e, como nestas noites, o álcool comanda a vida, “vamos meter conversa”.
A abordagem do R. parece não ter tido recepção fácil. Mas ele não desiste… é demasiado optimista, boa onda, e com a sua atitude, resultados magnéticos. A conversa corre, bebe-se um sorriso, e o tempo voa. Surge, naturalmente, (no contexto) a pergunta: - vamos no meu ou no teu?... – Foram cada um no seu. Ele no de trás, porque era para casa dela. O ambiente estava criado e oficializou-se, com um primeiro beijo, à porta do apartamento.

Detalhes do entretanto, sei apenas quê se preveniram. Não para tudo, no entanto… não se preveniram para um depois, constrangedor. Os ‘copos’ desculpam muitas coisas, mas não justificam tudo o que se faz e… o que se diz.

Na parte final do entretanto, pouco antes do depois, algures neles, confundiam-se murmúrios. Ela, do nada, ou do tudo que era o momento, pede-lhe baixinho ao ouvido:
- Diz-me que me amas…

Um qualquer actor, tê-lo-ia feito, o R. não. Não, não é actor, não, não lho disse. E viu, inclusive, a sua masculinidade ir embora… O depois, chegou… antes do tempo. O silêncio é isso mesmo… silêncio. Apesar de por vezes dizer muitas coisas, di-las sempre sem conversa. Então eles conversaram o silêncio. Numa desculpa que nunca o foi, o R., qual descoberta muito conveniente da pólvora, (que ainda hoje lhe magoa o como) percebeu ser ‘tardíssimo’! E qual jamaicano aos 100m, vestiu-se, despediu-se com um... "a gente vê-se", e saiu.

O R. desaparece aqui. Agora entro eu. Eu que constato:

O R. foi muito simpático com ela. Ela foi muito simpática com o R.

Mas desde início, desde a recepção difícil, que ela lhe fez na discoteca, nunca estiveram a viver o mesmo.

Ele perguntou-lhe em que carro... ela ‘deu-lhe’ a casa…

Ela pediu-lhe para ele lhe dizer uma frase... ele confirmou-lhe que nunca mais se veriam…

Ele procurou sexo, através do amor, espelhado no modo do seu contacto.

Ela procurou amor, através do sexo, espelhado no modo do seu contacto.

segunda-feira, junho 22, 2009

Cantar, silenciosamente. (leitura não aconselhada.... é um pensamento em... "escrita alta")

Caminho muito. Muito é muito, mesmo! Reforcei para anular a dúvida (e também para imaginar-vos a visualizar um qualquer calçado que possa usar, a tocar o chão, num - esquerda-direita-esquerda-direita-esquerda-direita, incessante)
Vazo a energia ao Ministério Publico (brincadeira) ao MP3, diariamente. Foi uma forma que elegi, para conseguir estar sozinho na multidão. Haverá outras.
O facto, honestamente, aqui que ninguém nos lê, é que passo muito mal sem musica. Graças a este aparelho, posso satisfazer-me sem incomodar. (tenho constatado ultimamente, que é moda entre os menos velhos, reproduzir musica publicamente a partir do telemóvel, alto e a bom som, oferecendo-nos assim, algo para podermos, interiormente, criticar.)

Gosto muito de cantar. (correcção) gostaria muito de cantar. Seria necessário saber. É isto que me trás aqui. Sozinho tento e, ao tentar, realizo já um gozo enorme, fico-me a imaginar, que prazer recolheria se o soubesse fazer.
Se quem o sabe fazer, incomoda, por vezes, qual será o dano causado por quem, sem saber, tenta?! Pois…

- Ó ciência, ó tecnologia, ó futuro. Ó algo ou alguém… tragam-me, por obséquio, o tal aparelho!

Imaginem um aparelho que se pudesse usar, desta maneira assim-assim, e que nos (nos, a nós, principalmente aos que sem saber, tentamos cantar) permitisse a performance, em tudo igual, mas sem incomodar… vivalma!

Cantar, silenciosamente. A sigla que me ocorre é, deveras…

(No
Voice
Player

Que dizem, hum?)

… Deveras bela, bem sei, como a imagem duns quaisquer pés, no tal incessante – esquerda-direita-esquerda-direita-esquerda-direita…
Esta beleza é irrelevante. O importante mesmo seria, do equipamento, o (usu)fruto.

Isto é o resultado de ter um pouco de tempo disponível… lá está, com este exemplo, provo-vos que; pensar pode prejudicar a saúde! Nada disso!!!

“Sempre que um Homem sonha, o Mundo pula e avança”
(in Pedra Filosofal – António Gedeão)

sábado, junho 20, 2009

O Elogio, segundo S. Inocente!




= Se Tens Olhos Pára!




Reformulemos, pois não será… Elogio Da Loucura, mas sim… Loucura Do Elogio …

Plágio, qual homenagem! …

Recorri, sem opção, pois foi a única que me veio em auxílio do espanto, a uma expressão deveras conhecida, e muito recorrente no sábio que é o povo. Então exclamei, do tico para o teco (não posso precisar se não terá sido antes do teco para o tico. Confundo-os com frequência, pois, são muito parecidos, ambos ricos em pobreza.):
Ele há coisas levadas dum raio!!!”
Numa das minhas recentes incursões, pelo maravilhoso mundo bloguista, deparei-me a ler os comentários a uma entrada, que determinada usuária (julgo-a no feminino!?) inseriu no seu jardim. Sem transcrever, apraz-me registar que um dos comentadores criticava, não o post, mas a autora, do mesmo. Pois de facto, ela não o era, de todo. Tratava-se então de plágio … permiti-me, sem custo, compreender-lhe a indignação. Tudo estaria bem, se esta Rosa colocasse no final do dito, um simples…”plagiado algures por aí”, digo eu. O que é facto, é que este detalhe define a diferença entre roubo e elogio!
Não me irei alongar, mas consta no seio dos seres inteligentes, que a imitação é dos maiores registos de elogio. Ninguém transcreveria fosse o que fosse, sem que não reconhecesse, beleza, profundidade, toda uma maré de adjectivos qualitativos, na matéria lida. A referida Rosa, ter-se-á arranhado num espinho isento de malícia. Não só aceitou e publicou o comentário onde se constatava o plágio, como apresentou as suas desculpas.

Eu, perdoaria esta flor, de imediato, com um conselho apenas; - refere, quando registares algo que não é de tua autoria. Defender-te ás, assim, da acusação de plágio, em função do agradecimento, de que serás alvo, pelo teu elogioso destaque.

Plagiem-me, companheiros da palavra. Elevem-me, referindo, usando as letras que vou juntando, mesmo sem que me associem o nome a elas.
Imortalizem-nas, para que eu, abstruso, possa nelas ser, também, imortal.

A mim, ninguém me cala!








- Desculpa lá o plágio, ó Manuel Alegre…

Sou muito renitente, nisto do opinar. Há textos, em que o comentário que eventualmente se pudesse julgar impor, estará já implícito, incluído no seu conteúdo. Tal a sua qualidade! Por este facto, escuso-me a comentar boa parte do que leio na blogosfera. (se me permitem um aparte, e sem desfazer - CybeRider, perdoa-me referir-te mas serás, por isto, o culpado *, de não me leres mais nos teus escritos…) – Porém, adivinhar que o autor dum post, possa concretizar num comentário meu, uma interpretação que não a que pretendo fazer chegar, não me inibe de registar a minha opinião. Leio, e se o objecto da minha leitura me desperta o desejo de comentar, releio, (tanto quanto o meu juízo me exigir) para me garantir, tanto quanto possível, que a mensagem que me é pretendida fazer chegar, ficará o mais próximo possível, da que efectivamente retirarei. Então…comento. Se eu comentasse vindo do nada, sem onde me pudessem ir beber (o quanto me está já a doer o que vou registar a seguir ao fecho do parêntese…) ‘autoridade’ para comentar, (digo ausência de referências) o desgabo ao meu comentário, estaria previamente realizado por mim, com a absêntia do meu ‘recado’. Só que, o meu (candidato a) blog, é uma ‘casa de portas abertas’, para não ofender o… ‘ é um livro aberto’, (qual livro que jamais ousaria desonrar, escrevendo-o, com a forma menesterosa com que faço uso das palavras.

Obrigado, humildemente obrigado, CybeRider, por me teres dado a chave, com que pude abrir a minha própria porta! De facto, nunca censurei nenhum comentário, nem tencionava fazê-lo, mas como sou um recém-chegado a estas andanças, não tinha, ainda, sabido ler, que há aplicações que são literalmente minis. (leia-se mini-aplicações, interprete-se o intencionado).

Já fui censurado na blogosfera, no entanto, tudo o que, modestamente, desejava, foi alcançado! O destinatário da minha intenção, teve acesso ao meu registo, para poder (como o direito a tal o assiste) não publicá-lo. (um comentário que ninguém saberá o quão ofensivo não era e que, a sê-lo, se publicado, poderia ser criticado pelo autor do post, e provavelmente humilhante para mim, enquanto autor do comentário). O meu propósito concretizou-se, portanto, posso sugerir o arquivamento das minhas palavras, para que possam ser usadas, ainda que de forma separada, num qualquer outro post, igualmente censurável. (a palavra, é de todos e de ninguém. É, acima de tudo, um bem imensamente precioso, para que se condene ao desprezo).

A reciclagem, começa na palavra por si só… pois é a palavra que leva a mensagem do quão importante é reciclar!

- Censurador, recicla! E permite-me, em teu auxílio, moldar o slogan do vidrão;

“No lixo, não… no palavrão…”


* Este asterisco, alivia-vos, não só, do penar que poderá ser ler-me, mas conduz-vos a um paraíso onde as palavras sorriem… leiam e, desmedidamente… gozem!

(observo uma imagem por demais idílica… cerramos os olhos, na maioria das vezes, durante o desfrutar do máximo gozo, de grande parte das situações que nos dão prazer… torna, sem duvida, o momento mais intenso. Imaginem fazermo-lo na leitura… um cego fá-lo, contudo, esse será o modo com que igualmente lerá quase tudo o resto, limitando-lhe assim, o prazer de ler... às escuras.)

terça-feira, junho 16, 2009

O Director de Operações… de limpeza! – A importância da formação.



Sou um respeitador nato. Respeito, em primeiro lugar, todos e depois tudo. No que toca ao campo profissional, considero que nada se compara ao facto de fazermos o que gostamos, em detrimento de gostarmos do que fazemos. Lugar comum, eu sei, mas decidi importante sublinhar.
Há uns tempos trabalhei numa empresa de um grande grupo nacional. O grupo Sonae. Nestas empresas, a prática de rotatividade dos quadros é bastante recorrente. Nada contra. Nada contra até aparecerem os incompetentes. (que os há em todo o lado, infelizmente). E com o respeito, lá estou eu a respeitar, que o cargo de Director me merece, (apesar dos exemplos recentes, fabulosos exemplos por sinal, ao nível da gestão e da direcção, noticiados em tudo quanto é orgão de comunicação social) alguns destes Directores são verdadeiros… verdadeiros… (permitam-me não classificá-los, tadinhos) bom, continuando, alguns deles só têm uma missão e, ainda assim, não a conseguem exercer com competência. Nesta empresa onde trabalhei, desempenhei funções como responsável de uma determinada área. Para além de tudo o que estava relacionado com a logística daquela secção, departamento, o que se lhe quiser chamar, equipa incluída, eu integrava ainda a escala de pessoas que, diariamente, estavam responsáveis por toda a loja.
Certo dia, qual pára-quedista, caiu-nos na Delegação Centro, vindo de uma empresa concorrente, um tal de… Dr. P. A.
(este menino veio como Director de Operações {que era o que ele precisava ao cérebro, uma operação}). Para poder praticar a sua politica de padrinhos, precisou de arranjar vagas para os seus afilhados. Então, em dois meses, mais coisa menos coisa, conseguiu concluir que uma gerente de loja com 14 (catorze) anos de casa, era incompetente. Pressionou-a a chegar a acordo e despediu-a. Assim como a mais meia dúzia de pessoas, onde tenho o orgulho de ter estado incluído (assinalar apenas que fui eu que tomei a decisão e apresentei a minha demissão). Eu amava o que fazia, bem como a toda a equipa com quem trabalhava. Tinha igualmente orgulho em vestir e defender aquela camisola, e nem vale a pena citar situações que facilmente dariam conta de toda a minha dedicação. O que importa realçar é que este senhor, sem querer ofender o título, tem como função… limpar… limpar quadros da empresa. Só que até para a limpeza, convém ter formação. Este senhor’ não a tem. Vou-me excluir do lote dos dispensados, para fugir ao auto-rotulo de competente dispensado ou simplesmente competente. Eu sei qual o grau de competência das pessoas dispensadas. Desconheço, no entanto, o nível de competência dos afilhados contratados! Uma coisa é certa, um desses afilhados era mesmo sobrinho deste… deste… adiante, e não foi preciso um ano, para que o seu sobrinho lindo fosse papá com uma moça lá da loja (aqui não posso questionar a competência do menino… menino este que veio de arrastão da empresa onde o seu tio trabalhava anteriormente, AH pois é…). Entretanto foram colocados em locais de serviço diferentes. (para disfarçar, coisa e tal e tal e coisa, topam?)

Isto tudo para concluir que, um mau director de operações, nem sempre dá um bom funcionário de limpeza. Para tudo é preciso uma de duas coisas:

Uma – Formação

Duas – Formação

segunda-feira, junho 15, 2009

Reset…

Sou como sou. Uma constatação tão óbvia, como desnecessária, dirão muitos. Afinal, sem excepção, todos são como são… mas será mesmo assim?
António Aleixo escreveu um dia:

Não sou esperto nem bruto,
Nem bem nem mal educado,
Sou simplesmente o produto
Do meio onde fui criado.

Só que isto foi noutros tempos. Na altura as pessoas eram, essencialmente, aquilo que faziam delas. Quem tinha o conhecimento, barrava o acesso à informação para liderar, para controlar. Pensar pela própria cabeça era perigoso, ameaçador para os poderes instituídos. É aqui que entra o sou como sou, a que a quadra citada faz referência. Era-se portanto, aquilo que se era permitido ser. E o sou como sou, não seria mais que um... sou o que de mim fizeram.
Hoje não! Hoje, quase todos, a maioria, somos o que de nós fazemos! Claro que, também para a maioria de nós, com a ajuda das pessoas das nossas vidas, pais, irmãos, tios, professores, todo um sei lá de gente que nos foi transmitindo valores. Contudo, compete a cada um, foi-nos permitido e eu diria mesmo ensinado, cultivar em nós tudo o que nos chega. Dois irmãos, educados pelos mesmas pessoas e não importa quem, irão reagir de modo diferente perante a mesma situação, apesar de todas as semelhanças que os unem. É a prova de que os mesmos valores transmitidos, foram cultivados por cada um de forma diferente. Estes irmãos, reagindo de forma distinta perante a mesma situação, estarão a actuar em função da pessoa que cada um fez de si.
Ainda que um eu como produto de terceiros (o tal eu do António Aleixo), me desresponsabilize e não me tire o sono por algumas decisões erradas, atitudes desenquadradas, etc, o eu que tive (tenho) oportunidade de me fazer, encontra-se precisamente no lado oposto. Isto significa que me posso sentir mal, sentir-me culpado com a consequência de algumas decisões, de algumas atitudes, mesmo quando tomadas, efectuadas, com a melhor das intenções! Não obtendo o resultado desejado para nós, sendo que a única pessoa a sair prejudicada por esse insucesso somos precisamente nós próprios, tudo o que colhemos será a frustração. Deveríamos por isso ser suficientes para apagar estas situações das nossas vidas (reter apenas a lição que lhe vem associada). Por exemplo, quantas coisas fazemos ou fizemos por amor que não surtiram resultado? Ainda que não nos arrependamos delas, não seria fantástico se um simples delete informático as pudesse apagar da nossa lembrança?

Estarei, por ventura, a constatar o demasiado óbvio, peço perdão se assim é. Mas se por acaso alguém tem a chave, por favor contacte…






, precisa-se…

sábado, junho 13, 2009

Voltem, voltem... voltem pra lá!...

Voltei, voltei,
Voltei de lá.
Ainda ontem estava em França
E agora já estou cá…

Pois é… ponderei, ponderei muito sobre se deveria ou não colocar um post, acerca de alguns comportamentos a que tenho oportunidade de assistir, por parte dos nossos (não todos, atenção!) emigrantes, quando estão de regresso a este… ‘seu’ Portugal, por alturas do… ‘meu querido mês de Agosto’!
Ora, após uma mui intensa reflexão, decidi que não o devia fazer, como sinal do meu respeito pelo enorme sacrifício, que a maior parte destes nossos conterrâneos, acredito eu, terá feito ao ver-se obrigada a deixar para trás as suas raízes, as suas gentes.
Então, silencio aqui os meus dedos, e deixo que sejam eles a falar por si…


sexta-feira, junho 12, 2009

Sonhar, sonhar perdidamente!

AMAR!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui… Além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…








(in Charneca Em Flor)


Na quarta-feira, dia 10, fui a um casamento. O acontecimento, em si só, já me iria transportar, de novo, até ‘nós’. Não suficiente, tinha de encontrar uma prima dela, cuja face é o negativo da sua… Não, não casámos… vivemos apenas, como lhe hei-de chamar?... O Sonho?!...

Respondam francamente, apenas para vós próprios, à seguinte questão (acaso não o vivam já,):

- É-te indiferente ou sonhas com o amor-perfeito, o amor que provavelmente até já esteve na tua vida mas que saiu, (apenas saiu, nunca morre) o amor cúmplice que te faz perceber que não és ‘um todo’, mas apenas ‘metade’, e em que ser metade faz todo o sentido, o amor onde sentes que ao dar estás a receber, a receber TUDO, e que por esse motivo, o que recebes é o que menos te preocupa?

Eu sonhei, sonho… sonharei, enfim, com ele. Já o vivi, ainda vive, de resto, em mim… e viverá… apenas lhe mudei o rosto, há alguns dias. Para que eu me permita que ela possa seguir a sua vida, talvez em busca daquilo que foi para mim, e que eu não fui, sou ou serei para ela. Para que também em mim, ela possa repousar.
Ela ama um amor que lhe havia vivido nos dias. Um amor que não lhe morreu, apenas lhe saiu da vida. Ainda amava esse amor quando nos vivemos, aquele pouco tempo que numa eternidade seria sempre pouco tempo. Contudo, ela é-me o amor da pergunta. Nunca foi minha pretensão, substituir-lhe o amor que lhe andou de mão dada até certa altura do caminho. Desejava, inclusive, o contrário. Eu sei que quando é amor, não se esquece, não morre em nós. E amei-a ainda mais por isso, porque isso, não é apenas amar alguém. É amar o amor, pelo amor, e é amar o acto de amar. Nunca lho soube dizer. Não por falta de palavras, nada disso, é que… i just never took the time… e tenho tantas saudades, tantas! Não sinto falta de carinho, mas de a acarinhar. Não sinto falta de beijos, mas de a beijar. Sinto falta de lhe confortar o sono. De a fazer sorrir. Sinto falta de a visitar na hora da refeição para o nosso café. Sinto falta de a abraçar e de lhe murmurar, ao ouvido, o que sentia, o que ela era para mim. Sinto a falta de uma lareira, sem que o frio o justifique, só pela luz, só para amá-la com mais amor. Sinto falta de dançar com ela. Sinto falta de… a sentir! Ela deu-me o privilégio de amar desta forma, eterna. Não vou ser capaz de deixar de amar tudo isto e se, um dia, alguém entrar na minha vida, terá de amar isto em mim, porque isto…
sou eu.

Ainda faço luto. Não ao que sinto, jamais, mas ao que tivemos. Estou a tentar deixá-la onde a vivi. No passado. Mas está a ser menos fácil que o ‘planeado’! Não se escolhe quem se ama e eu quero muito viver este amor com alguém e que alguém viva todo este amor comigo, também.
Aprendi que:

“Cada vez que se ama, é a única vez que já se amou. A diferença no objecto do amor não altera a integridade da paixão, só lhe confere mais intensidade. Na melhor das hipóteses, podemos ter na vida apenas uma experiencia magnífica, e o segredo da felicidade está em reproduzir essa experiência tantas vezes quanto possível.
- Mesmo quando ela nos magoou?
- Especialmente quando ela nos magoou!”
Óscar Wilde


Desculpem este desabafo, mas necessitava de gritar. Acabei por não o fazer porque… vocês estavam aí.

quarta-feira, junho 10, 2009

O poder de um olhar…


Hoje vi-a!

Não que, antes de hoje, não tivesse já olhado para ela, nada disso! Aliás… muito pelo contrário (se é que me entendem, hum?)
O que aconteceu foi que hoje, ao virar-me inocentemente, muito a sério, inocentemente, se não fosse não o diria, ela estava a olhar para mim! É que eu não fazia ideia de que ela estaria precisamente onde o meu olhar acabaria por se ir pousar… então hoje, só hoje, é que algo em mim se encarregou de me dizer (e disse-mo através daquela batida do coração que nos deixa titubeantes, e a pensar… “que mau aspecto! Será que ela viu este salto dentro do meu peito?!”), mas dizia eu, me disse que ela era a tal... era mas não é. Nem será. Era, porque, um ‘nós’ como resultado de um ‘eu + ela’, nunca se irá concretizar, nunca irá ser! Não terá sido a mulher com que sonhei, não foi, mas poderá em termos efectivos, ser o rosto (e por que não todo o resto do corpo também?!) do amor com que sonho e vou continuar a sonhar. Ela nunca vai estar na minha vida, materialmente falando, eu sei, garanto-vos… a única forma de ela encostar a sua cabeça na mesma almofada que eu, é quando me deito e encosto a minha, porque ela está lá dentro. Já antes por lá andava, só que agora tem um rosto preciso (e corpo também, pronto).
Trabalhamos muito próximos, contudo não lhe sei o nome. E nem vou querer saber. Para mim será sempre uma Xana, uma Tânia, uma Inês, uma Julieta! Será tudo o que eu puder imaginar, muito além do que eu possa ter. Será talvez um livro, (um romance, está decidido) que irei ler durante muito tempo, no qual me permito, como é regra na leitura, imaginar cenários. E se ela soubesse de tudo isto, deixaria de ser a tal…

Quem a mandou estar a olhar para mim, quando eu olhei, inocentemente, para ela, HÃ?!! Agora ela… será sempre aquele olhar.
Até breve

terça-feira, junho 09, 2009

TELEMARKETING… – É possível, por favor, falar com o Sr. Dr. Saloio?

Visitei um blog recentemente, por sinal bastante ‘concorrido’ (mas que até já foi denunciado, não sei se isto quererá dizer alguma coisa… ou então sei!), de uma malta da minha terrinha. Tive a oportunidade de ler naquele espaço, um artigo sobre Telemarketing, que vocês também podem ler aqui. Deixem que vos diga que fiquei incrédulo com o seu conteúdo! A roçar o… falta-me o termo, mas também não o vou procurar. Ora, obviamente que as opiniões, sobre seja lá o que for, FELIZMEEEENTEEE divergem! Este facto, porém, não deveria dar o direito a que se rebaixe ou mal trate nada, nem ninguém. Principalmente uma forma, legal, de ganhar o pão, ou parte dele, como o é esta actividade. Não sei se vocês conhecem os meandros dum callcenter, eu conheço, e isso dá-me a legitimidade que, eventualmente, se poderia exigir para expressar a minha indignação!
O Telemarketing é uma segunda opção para… ‘pagar as contas’! Ou não fosse desempenhado o seu exercício em regime de part-time. Muitas das pessoas que o exercem, em grande parte dos casos, já têm oito horas de serviço ‘em cima do pêlo’, quando entram numa sala de comunicação. E fazem-no, PROVAVELMENTE (digo eu), porque o ordenado do emprego a full-time (entenda-se a tradução de full como: inteiro; completo, não como: estúpido; burro! Estou a falar de quantidade de tempo disponibilizada no emprego principal, e não da ‘qualidade’ (ou ausência dela) do mesmo), dizia eu, se tornou insuficiente, muito graças à generosidade dos nossos exemplares governantes, para pagar as ‘águas’, as ‘luzes’, os ‘gases’ (aqui não se riam…), os ‘telefones’, as ‘internetes’, que todos nós temos de pagar e, num acesso de loucura de meia dúzia de portugueses irresponsáveis, talvez um serviço extra de televisão tipo… TV CABO, ou MEO, ou whatever. (como me pude esquecer da prestação da casa e quem sabe também da do carro?! Afinal não me esqueci, UFA!)
Mas o Telemarketing passa a ser tão mais importante, quando é única forma de rendimento! Ah pois é… é que muita boa gente, inclusive pessoas LICENCIADAS, têm aqui o ganha-pão do momento. Muitas pessoas moram hoje com os papás, ou num apartamento dividido com 3/4 amigos (quando não são mesmo desconhecidos), por apenas conseguirem um mero emprego a part-time!
É informação que é levada, de forma gratuita, até determinada pessoa, sobre um serviço, mostrando oportunidades de adesão promocionais, que quem está a ouvir não é obrigado a nada, nem a ouvir e pode simplesmente dizer: - desculpe, não estou interessado nesse serviço, assunto, (o que for) com licença. – E pode desligar EDUCADAMENTE. Há quem possa considerar, em ultima análise (e neste caso mesmo-mesmo ultima), que até se trata de verdadeiro serviço público!
Vamos, POR FAVOR, continuar todos a gostar de coisas diferentes. Vamos é também ter respeito pelas coisas que não gostamos, principalmente pelas que mexem com a VIDA de quem apenas quer pagar o tecto, o pão, os sapatos e alguma roupa.

Até breve

sexta-feira, junho 05, 2009

Quem amo eu, afinal?!


Tendemos para reconhecer, na pessoa que, hipoteticamente, amamos, "qualidades" comuns, semelhanças com a nossa própria pessoa. Costumamos chamar a isto – cumplicidade.
- Ela(e) afinal também gosta de cinema! Também gosta de leitura! De música calma! Somos “almas gémeas”, está visto! Adora poesia, como eu, passear sozinha(o) à beira mar! - Por onde terás andado até agora, meu amor? – Subitamente, ela(e), está, em primeiro lugar, no nosso adormecer, e pouco tempo depois, no nosso acordar. É que nos primeiros tempos, apenas adormecemos a pensar na tal pessoa! Só passado algum tempo é que a tal pessoa passa a ser o nosso primeiro pensamento ao acordar, a nossa primeira visão no novo dia! Chegamos então ao momento em que, essa pessoa, passa a ser o nosso primeiro e o nosso último pensamento do dia. É chegada a altura de (nada a fazer contra isso e nem que seja só connosco próprios) assumirmos que estamos apaixonados.
Mas calma… apaixonados por quem? Quem amo eu, afinal? Bem, quer-me parecer que estou a gostar de aspectos que caracterizam a minha própria pessoa! Que raio! Há algo aqui que não bate certo… então mas… de que/quem estou a gostar eu, afinal?! Gosto dela(e) por ela(e) gostar do que eu gosto?!!! Então estou apaixonado por mim!!!

Gostamos na outra pessoa, também e muito das diferenças, mas não nos apercebemos. São as diferenças que nos complementam e nós tendemos a chamar às diferenças (na tal pessoa) DEFEITOS! É claro que as coisas que temos em comum são muito importantes, fundamentais, até, na minha opinião. Quem gosta de dar (seja o que for, um beijo, um carinho, um presente fora de data, etc.) gosta de receber, compreensível, mas não oferece com o intuito de receber. No entanto, como ambos gostam de dar, ambos sabem que vão receber, vão é dar e receber de maneiras diferentes! E é esta diferença que nós gostamos. É o facto da tal pessoa, gostar das coisas que eu gosto MAS fazê-las, senti-las de maneira diferente. Amar é muito mais do que isto… amar é gostar dos defeitos. É estar "lá" para ajudar a corrigi-los. É chorar as lágrimas dela(e). Devemos, bem entendido, sobretudo, amar os defeitos da pessoa que amamos!

quarta-feira, junho 03, 2009

O Ser, por Excelência!


Podemos dizer muitas coisas sobre Mãe. Já muitas foram ditas. Muitas estão ainda por dizer, felizmente. Nunca, em tempo algum, tudo o que foi, é, ou será dito, sobre Mãe, vai estar à altura deste Ser. Nunca houve, há ou haverá palavras que se consigam organizar para descrever em pleno esta maravilha, impar, da natureza, que é a Mãe. É o respeito, a vénia, a que até as palavras se prestam, por tudo o que este símbolo representa.
Mãe, não se diz, Mãe, não se escreve. Nenhum hino lhe faz honra, a merecida e devida honra. Todo e qualquer elogio, não seria mais do que reduzir o seu real valor.
Não tenho a pretensão de definir o que a minha mãe significa para mim. Jamais. Isso, é coisa que o meu silêncio, ainda que de forma infinitamente deficiente/insuficiente, se encarrega de tentar fazer.
Tenho, no entanto, uma imagem sua que me acompanha todo e a cada dia. E ainda que as linhas que aqui vou deixar, representem o meu pensamento, não a considerem como uma descrição. Pois como sabem, o nosso pensamento está em constante actualização de ideias e sentimentos, e o meu amor por si, em permanente crescimento. Por isso considero que… Mãe, não se diz, Mãe, não se escreve. Dizem-se e escrevem-se apenas pensamentos, (nunca sentimentos) sobre Mãe.
Sou responsável por ter feito com que a Sr.ª C. não vivesse a sua vida! Sou responsável pelos sonos que não gozou! Pelos filmes no cinema que não viu! Pelos passeios, viagens, ferias, que não deu, fez e teve! Sou responsável por muitas das suas lágrimas e pelo parco número dos seus sorrisos!
Limpou-me na dor, as lágrimas com os seus beijos. Anestesiou-me na aflição, o sofrimento com o seu abraço. Mas a minha lágrima, afinal, foi chorada, tantas vezes si! E o sorriso, quando me faltou, deu-me o seu sem nunca o reclamar de volta!
Os seus cabelos brancos, hoje, são o fruto que colheu de toda uma vida devotada aos seus filhos. Da ausência da sua própria vida, para que três outras vidas possam finalmente ser… a sua Vida!

- Na saudade, Mãe, tu és a lembrança que gosto e trago sempre comigo! Só assim te sinto sempre, outra e outra e outra vez perto de mim! E por que tu és Amor, agradeço-te por tudo da única forma que sei… em silêncio, Amo-te MÃE!

O Livro, a Árvore e o Filho!


Dizem que um homem só é homem quando: plantar uma árvore; escrever um livro; tiver um filho…

Recordo, com uma saudade que nem as lágrimas atestam, alguns passeios que, há TRINTA anos, dava com o meu pai! Grande parte destes passeios aconteceu, ao fim de semana, quando visitávamos a aldeia onde moravam os nossos avós. Na qualidade de criança, eu, na altura, claro que conhecia todas as crianças da terra e quando chegava o Sábado, já estava pronto (há cinco dias) para passar o ‘fds’ a brincar com os ‘putos’ da minha idade. Isso aconteceu um número de vezes que é impossível registar aqui, porém, não raras foram outras em que, estando eu em plena diversão colectiva, qual jejum de toda uma semana daqueles amigos, o meu pai aparecia (para ir dar a sua volta por algumas fazendas da família) e, interrompendo o meu êxtase, me perguntava se queria ir com ele. Não me recordo de dizer que não, há-de ter acontecido, claro, mas não me ficou gravado na memória. Tal como na memória não me ficaram gravados estes passeios… estes passeios ficaram-me gravados no coração, porque é lá que guardo tudo o que é eterno!
Seguíamos, então, caminhando lado a lado, eu num esforço de atleta para acompanhar o ritmo do meu pai, no nosso passeio. Lembro-me que o enchia de perguntas! Não tenho presente o teor da minha curiosidade, mas como esta era geral (não fosse eu uma criança), fácil se percebe que, se eu lhe perguntasse algo do género: - ó pai, isto é água? – Antes que ele pudesse responder, já eu estava a perguntar se ‘aquilo era vinho’! Foi uma época mágica, e é a imagem da minha infância!
Os anos foram passando e houve prioridades erradas que me começaram a ter, se é que me entendem…
Adolescência, amizades que afinal não são, influencias, enfim, uma sucessão de factos também conhecida como; vida, que acontece a toda a gente, mas que toda a gente gere de modo diferente.
Nesta fase o meu pai deu-me várias ‘respostas’, sem que eu tivesse feito perguntas… ‘respostas’ a que não dei ouvidos ‘de ouvir’! Afinal, eu já era um homem, e como homem que era, fiz muita, desculpem o termo, merda! Mas essas são outras contas.

Hoje, tenho a idade que o meu pai tinha quando dávamos aqueles passeios na aldeia e, enquanto escrevo estas linhas, não impeço, nem tento sequer, segurar uma lágrima que quer cair ao recordar o meu sorriso, o meu eterno sorriso de criança, orgulhosa, feliz, a passear ao lado do seu pai.
O meu pai, felizmente, ainda hoje acorda todas as manhãs para ‘escrever’ a cada dia uma folha na sua vida. Nalgumas páginas desse Livro, estão também os dias que passa a cuidar das Árvores que plantou num belíssimo pedaço de terreno que possui. Quanto ao Filho…

- Gostava de ser hoje, com a idade que tinhas naquela altura, o que então já eras! Bem sabes que, na mesma turma, um professor tem o aluno que tira 20 Valores e o que tira 8! O teu AMOR, a tua paciência, deu-me tudo o que tenho de bom na pessoa que sou. Se hoje não sou melhor é porque ainda não o soube ser, mas vou lá chegar! Não sei se, para ti, algum dia terei sido, sou ou serei filho, não no sentido biológico da palavra, mas tenho orgulho em te dizer que, em ti, tive, tenho e terei sempre um pai! Obrigado por, na maior parte da tua vida, teres abdicado de seres tu, para teres sido eu! Amo-te, pai.

segunda-feira, junho 01, 2009

Quanto custa a amizade?


Quem nunca passou por um só que seja momento difícil na vida, não se preocupe. Vai passar. Por outro lado, quem só viveu momentos difíceis na vida, que se preocupe. Pois neste caso, não há garantias de que venha a gabar-se de ter tido um momento de sucesso, nesta sua passagem por cá.
Eu faço parte do grupo de pessoas, que acredita que sucesso pode ser, por exemplo, poder gabar-se de ter tido amigo (s) nesta vida, que é afinal, um período de férias que a morte nos concede. No entanto, só saberemos que temos (tivemos) um amigo (ou vários), no final destas férias. É que só há um tipo de amizade, chama-se amizade e é para a vida. Ora, como é para a vida, só precisamente no final desta, é que se pode concluir que foi amizade, parece-me lógico.
Todo e qualquer tipo de relação que, por qualquer motivo, chegue ao fim, pode ter sido tudo, mas amizade nunca foi. Quando uma relação entre duas pessoas termina, seja ela de que origem for, há sempre duas pessoas responsáveis por esse facto; elas próprias, claro. A culpa nunca é só de uma, como muitas pessoas ainda pensam. É discutível, naturalmente, que pode haver intervenção de terceiros, mas não é relevante para a ideia que quero apresentar.
Quase tudo nesta vida se gasta. Ainda que não se perca. É o sinal inequívoco de que estamos a servir-nos do que é colocado à nossa disposição. Um bom sinal, portanto. Porém, a amizade, é das poucas coisas (não importa citar outras) que não se gasta. É então algo que, não só podemos usar, como também podemos abusar (bem entendido, obvio). Quem nunca ouviu a expressão: “ama-me quando eu menos merecer pois é quando mais preciso do teu amor”? Ou outro exemplo: “no dia em que eu não te sorrir, é quando mais preciso do teu sorriso”?
Erros todos cometem. O amigo, nessas horas, em que não nos apercebemos que o (s) cometemos, está lá para nos dizer isso. Com frases abertas! Com frontalidade! Pode não haver lições de moral, o tão conhecido ‘sermão’, mas não é disso que se trata. Trata-se de amizade. Trata-se de nos ‘emprestar os seus olhos’, quando os nossos não conseguem enxergar!
Se há sítios onde “podemos” cometer erros, é precisamente na amizade. Pois o amigo vai ser Homem e vai fazer-nos ver a asneira (s) que estamos a cometer. Por outro lado, o “vulgar”, vai usar também as mesmas frases abertas, só que não connosco. O “vulgar” vai saber dizer a terceiros, seguro de que nunca errou, toda a monstruosidade, toda a aberração, que é o erro (s) que estamos ou que acabámos de cometer. Essas frases abertas, (ditas pelo…”vulgar”) muitas vezes, ‘comem-se e bebem-se’ em jantares comprados e, ou, em copos sinceros, onde o… “deixa estar que eu pago”, justifica que esta é que é a amizade! (Amizade que, curiosa e ironicamente, um dos lados não questiona, mas que o outro lado, à noite, no escurinho do quarto, no silencio da cama, deixa escapar dentro do pensamento um… “já não te posso ouvir”!) Onde tudo o que é dito por este “vulgar”, se guarda dentro duma espécie de nuvem, uma espécie de balão, onde a linha que envolve essa nuvem, esse balão, no seu contorno interior, garante (sem que seja dito) que… “eu é que sou o serio, o infalível”, e no limite exterior, desculpa a sua acusação com um (também silencioso) … “não estou a falar mal, estou apenas indignado com o comportamento de fulano de tal!”
Não sofro desilusões com o comportamento humano. Já não! Já me desiludi muito. Com algumas pessoas, sim mas sobretudo comigo próprio, com erros de que me arrependo completamente e, muito por isso, resolvi baixar as expectativas, totalmente. Agora prefiro ser surpreendido pela positiva.
Nisto do comportamento, do ‘errar’, não há mais altos nem mais baixos! Não há erros maiores e menores. Há pessoas e há erros. Somos todos da mesma altura e olhamo-nos nos olhos ao mesmo nível. Errar numa relação, minhas amigas, meus amigos, está como o vento para uma vela e para um incêndio… apaga a primeira e ateia o segundo! E o verdadeiro erro, é aquele com o qual não soubemos aprender NADA. A única situação em que um Homem pode e deve olhar outro de cima, é quando o está a ajudar a levantar-se!
Quaisquer € 250; 500; 750, etc. podem estragar qualquer relação de merda, mas nunca uma amizade! A amizade não tem preço.
E se na natureza sobrevivem os mais fortes, dos fracos não reza a História!

Até breve.